Detectados seis casos do vírus Oropouche na Europa em pessoas que viajaram para Cuba.

Três casos foram notificados na Itália e outros três na Espanha.

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O Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) confirmou a importação de seis casos do vírus Oropouche para a Europa nas últimas semanas, através de pessoas que viajaram para Cuba.

Em um recente relatório sobre o comportamento de doenças, a entidade divulgou sobre três casos detectados na Itália e outros três na Espanha.

O relatório semanal do ECDC indicou que o primeiro caso detectado na Europa ocorreu na Itália em junho, em um viajante que retornou de Cuba e que teve que ser hospitalizado por quatro dias.

No dia 7 de junho, a Itália informou que havia identificado um caso confirmado de doença pelo vírus de Oropouche em um viajante que retornou de Cuba para a Região do Vêneto em 26 de maio. O viajante experimentou "início dos sintomas que incluem febre, artralgia, artrite, dor de cabeça e dor retroorbitária" no dia de sua chegada.

O caso esteve hospitalizado de 28 a 31 de maio. A admissão hospitalar e os testes moleculares confirmaram em 6 de junho a doença pelo Vírus Oropouche.

Posteriormente, também em junho, foram confirmados mais dois casos adicionais da doença causada pelo vírus Oropouche na Itália.

Já em julho, Espanha notificou três casos confirmados de infecção pelo vírus Oropouche em viajantes procedentes de Cuba. Os pacientes residem em três comunidades autônomas diferentes do país ibérico que não foram especificadas no relatório.

Em tais casos, o início dos sintomas ocorreu de 30 de maio de 2024 a 17 de junho. Os sintomas clínicos foram leves nos três e todos se recuperaram.

Os seis pacientes apresentaram sintomas como febre, dores articulares e fortes dores de cabeça, entre outros.

Não há associação entre os casos, exceto que todos estiveram em Cuba.

As autoridades de saúde europeias alertaram que os turistas que viajam da Europa para Cuba podem estar em risco de infecção, embora esse risco seja significativamente reduzido se forem tomadas todas as medidas recomendadas pelas autoridades para evitar picadas de mosquitos e borrachudos.

O principal vetor do vírus é o inseto Culicoides paraensis, que está amplamente distribuído no continente americano, mas não se encontra na Europa.

Vírus do Oropouche se espalha em Cuba.

No início de julho, o regime cubano informou que o vírus se espalhou para 12 províncias do país e que não há recursos para iniciar campanhas de fumigação que evitem a propagação do mosquito transmissor.

O Diretor Nacional de Epidemiologia do Ministério da Saúde Pública (MINSAP), Francisco Durán, confirmou na televisão nacional que o vírus tem sido identificado em maior medida em áreas rurais e semirrurais e que os pacientes costumam apresentar sintomas semelhantes aos do dengue.

O epidemiologista indicou que a doença provoca sintomas como febre, dor nas articulações, vômitos, diarreia, dor muscular e uma terrível dor de cabeça. A doença dura entre três e quatro dias e não causa quadros graves, complicações ou mortes.

Se bem que seja tratado com medicamentos para a febre e gravinol quando há vômitos, "é importante não subestimar os sintomas porque são semelhantes ao dengue; mas o dengue pode matar, daí a importância de o diagnóstico ser feito por um especialista", detalhou Durán.

Segundo o especialista, "o quadro epidemiológico atual em Cuba é semelhante ao do ano passado, com doenças diarreicas causadas pelo calor, pela má condição dos alimentos; o dengue, o qual temos de forma endêmica há muitos anos, com aumentos de casos em algumas épocas do ano".

No entanto, está marcado pela aparição - pela primeira vez em Cuba - do vírus Oropouche, um arbovírus, que, ao contrário do dengue, é transmitido pelo mosquito Culex e vive em qualquer tipo de água.

"Entre as dificuldades do saneamento, as intensas chuvas e o calor que acelera a reprodução do mosquito, existem condições ideais para a sua propagação", concluiu Durán.

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