Os restos mortais do ator Carlos Massola Escandell, falecido na madrugada de quarta-feira, foram cremados conforme sua vontade, conforme divulgado pelo CubaNet, citando fontes familiares.
Após sete horas de espera pela carro funerário, por volta das quatro da tarde desta quarta-feira, o corpo do artista foi retirado de sua residência no município de Cerro com a ajuda dos bombeiros e levado para a funerária Bernardo García, localizada na rua Zanja.
Fabio Corchado Borroto, amigo próximo do ator, contou ao referido meio de comunicação que, quando chegaram à funerária, nem mesmo ao verem o caixão, disseram-lhes que não podiam cremá-lo porque o caixão era muito grande.
Enfrentei Mari, uma trabalhadora do local, e disse a ela que, pelo que vi, Carlos Massola não tinha nem uma coroa, que não havia ninguém ali porque a família havia decidido não velá-lo, eu disse a ela 'ou o cremam ou o deixo aí' e vamos ver o que acontece", relatou a referida fonte.
No entanto, quando o chefe da funerária chegou, ele disse que sim era possível, que a decisão de não cremá-lo havia sido um erro.
O popular ator - que nos últimos anos levantou a sua voz várias vezes contra o governo cubano - faleceu em sua casa no município de Cerro na madrugada de 3 de julho.
O referido meio de comunicação independente especificou que o médico da família, que chegou à residência por volta das 9h da manhã de quarta-feira, diagnosticou que Massola faleceu de choque hipovolêmico.
Trata-se de "uma condição de emergência em que a perda grave de sangue ou de outro líquido faz com que o coração seja incapaz de bombear sangue suficiente para o corpo", o que pode fazer com que muitos órgãos parem de funcionar.
As cinzas do ator - cuja morte inesperada tem causado consternação tanto entre seus colegas quanto entre os cubanos em geral - devem ser recolhidas ao meio-dia desta quinta-feira em Berroa, no município de Habana del Este.
Desde que transcendeu a morte de Carlos Massola, a mãe e amigos do ator têm estado envolvidos em um longo e doloroso processo.
A mãe de Massola, de 84 anos, acompanhou durante muitas horas o corpo sem vida de seu filho. Diante da falta de veículos funerários e da demora das autoridades, o cadáver permaneceu em seu leito de morte sem uma solução por muitas horas.
Em meio a essas circunstâncias dramáticas, era possível ver algum agente da Segurança do Estado postado nos arredores do prédio onde o artista residia.
Nascido em Havana em 1962, Carlos Massola alcançou popularidade principalmente pelo seu trabalho em telenovelas e outras produções dramáticas da Televisão Cubana. No cinema, participou dos filmes Pata Negra (2001), El Benny (2006) e Juan de los Muertos (2011).
Até agora, nenhuma instituição cultural cubana fez eco da morte do ator. Nem a União de Escritores e Artistas de Cuba (UNEAC), nem o Ministério da Cultura (MINCULT), nem o Instituto Cubano de Rádio e Televisão (ICRT), nem o ICAIC se pronunciaram sobre a morte do artista.
Carlos Massola morreu à espera de uma liberdade condicional humanitária que lhe permitisse sair de Cuba e lutar por uma vida melhor.
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