Governo cubano suspende teto de preços a produtos básicos do setor privado.

A iniciativa, que deveria entrar em vigor em 1º de julho passado, tinha como objetivo limitar o máximo dos custos admitidos para frango cortado, óleo comestível, leite em pó, salsicha, massas alimentícias e detergente em pó.

El aceite comestible mantendrá sus altos precios © Facebook/Mercado Agropecuario 9na y F
O óleo comestível manterá seus altos preços.Foto © Facebook/Mercado Agropecuario 9na y F

Apenas um dia antes da entrada em vigor de uma medida que aliviaria significativamente os bolsos de seus cidadãos, o governo de Cuba revogou a decisão de fixar preços de varejo para um grupo de produtos comercializados pelo setor privado.

A iniciativa, que entraria em vigor em 1º de julho passado, visava limitar o máximo dos custos admitidos para o frango cortado, o óleo comestível, o leite em pó, a salsicha, as massas alimentícias e o detergente em pó.

Desde a rede social Facebook, várias entidades estatais anunciaram a decisão alegando que é resultado das análises e trocas entre representantes do Governo com formas de gestão não estatais, enquanto apontam a continuidade dos diálogos.

Publicação do Facebook/Direção de Inspeção, Pinar del Río

"Mantemos as análises e trocas com as FGNE, até estabelecer preços", destaca uma publicação da Direção de Inspeção de Pinar del Río na própria rede social, informando que "os municípios que publicaram os novos preços com base nas análises realizadas com esses agentes, ficam sem efeito para sua aplicação."

A reversão dessa medida apenas demonstra os desacertos do regime cubano, que inicialmente não apenas anunciava a lista de preços, mas também as sanções estabelecidas para aqueles que investissem em uma violação: multas de até 8.000 CUP e até a retirada das licenças correspondentes.

Num encontro com a vice-ministra das Finanças e Preços da ilha, Lourdes Rodríguez, com representantes de PMEs e da Direção Geral de Importação do Ministério do Comércio Exterior, revelou-se polêmico para os representantes das pequenas e médias empresas ajustar-se à proposta do governo quando enfrentam diariamente a flutuação do mercado cambial, a pressão fiscal e a escassez de combustível, que se somam à instabilidade dos preços internacionais.

Para o economista cubano Pedro Monreal, a medida foi mal concebida, uma vez que a experiência dos preços controlados em Cuba não tem produzido o efeito desejado e "a contenção de preços estabelecida nos documentos oficiais acaba se tornando uma inflação 'reprimida' que vem acompanhada de escassez e preços no mercado negro", observou na rede social X.

Concebida como um mecanismo para -supostamente- conter o ritmo de crescimento dos preços, a medida revogada deixa o sabor agridoce da derrota para um povo que sofre o impacto da inflação e a escassa capacidade de compra dos produtos básicos.

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