Denunciam colapso sanitário no hospital provincial de Santiago de Cuba.

A pessoa, que pediu anonimato, contou que um familiar chegou ao Hospital Provincial Saturnino Lora com falta de ar, e não havia cilindros de oxigênio, estavam reservados para casos graves.

Hospital Saturnino Lora © Facebook/Yosmany Mayeta Labrada
Hospital Saturnino LoraFoto © Facebook/Yosmany Mayeta Labrada

Em meio a um agravamento da situação sanitária na ilha, cubanos denunciam as péssimas condições e a falta de recursos no hospital provincial Saturnino Lora de Santiago de Cuba para lidar com a crescente chegada de pacientes.

O jornalista Yosmany Mayeta Labrada publicou em sua página do Facebook imagens enviadas por uma das pessoas afetadas pela situação.

A pessoa, que pediu anonimato, relatou que um familiar chegou ao Hospital Provincial Saturnino Lora com falta de ar e não havia cilindros de oxigênio, pois estavam reservados para casos graves.

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Relatou, ainda, que a sala de observação estava sobrecarregada, cheia de moscas e sem camas ou ar-condicionado, apesar da pandemia de febre de Oropouche e dengue que afeta esse território.

É muito triste ver como tudo está destruído, a imundície tão grande que existe nesse hospital, não termos nada para nos socorrer, é uma fachada, não é fácil, que Deus nos proteja de doenças - comentou uma vizinha daquela localidade.

Apesar dessas denúncias, Manuel Falcón Hernández, governador da província, gabou-se no Facebook sobre a reparação das instalações do serviço de urgências do Hospital Provincial Saturnino Lora, uma intervenção construtiva que, segundo o líder, permitirá "oferecer um espaço mais confortável e funcional aos pacientes que necessitam de atenção médica".

No entanto, uma enfermeira consultada pelo CiberCuba, que preferiu manter o anonimato, explicou que atualmente são obrigados a usar luvas lavadas que não são esterilizadas.

Comenta que até viu médicos realizarem procedimentos sem luvas devido à falta deste material no centro de saúde.

Não há cefalosporinas nem meropeném, dois dos antibióticos mais importantes. Também não há dipirona nem diclofenaco no momento. Os protetores gástricos estão em falta - ressaltou, destacando que as reparações são importantes, mas também esses medicamentos.

Na véspera, foi revelado que além da escassez de medicamentos e materiais médicos, e da falta de pessoal, os trabalhadores do Hospital Materno Norte Tamara Bunke, também em Santiago de Cuba, estão cumprindo jornadas de trabalho de 12 horas com apenas um prato de arroz branco, conforme denunciado por uma técnica.

No Facebook, Mayeta ecoou a denúncia de uma trabalhadora do Materno Norte, que alertou que atualmente só estão oferecendo arroz branco para o almoço, sem nenhum outro tipo de acompanhamento.

A pessoa que fez a denúncia, que preferiu manter o anonimato por medo de represálias, explicou que foi alvo de uma sanção laboral injusta porque a administração exige que ela use sapatos e meias, os quais não são fornecidos pelo hospital e também não podem ser comprados com um salário tão baixo.

"Estão aplicando multas de 100 e até 400 pesos", acrescentou a mulher, que achou contraditório que lhes exijam tanto quando no seu prédio a administração não fornece nem um ventilador e eles sufocam com o calor.

Recentemente, o regime em Santiago de Cuba foi alvo de críticas porque priorizou a reparação em algumas áreas de outro hospital, enquanto problemas importantes, como a escassez de insumos médicos e medicamentos, não encontram uma solução definitiva.

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