Alba Delia Sánchez Benítez, de 58 anos, foi assassinada pelo seu ex-parceiro na madrugada deste domingo, enquanto estava trabalhando em seu local de trabalho em El Cotorro, Havana.
Sánchez, mother of two adult children, worked as a security and protection agent at the "Dr. Fermín Valdés Domínguez" Student Residence in the Havana municipality, the place where the crime that ended her life was committed.
Amigos da vítima confirmaram ao jornal digital CubaNet que o agressor, valendo-se do relacionamento amoroso que teve com Sánchez, conseguiu que outro guarda da residência permitisse sua entrada no prédio, onde esfaqueou a mulher até a morte.
Um conhecido da falecida, que pediu para não ser identificado, disse ao meio independente que ela havia terminado o relacionamento com o indivíduo. "Ninguém poderia imaginar que esse homem faria algo assim, mas aparentemente estava obcecado por ela, porque, depois de matá-la, ele levou o celular dela para verificar se ela estava com outra pessoa. Foi por isso que a polícia conseguiu capturá-lo, através do telefone", disse a fonte.
Um dos filhos de Sánchez reside nos Estados Unidos e chegaria a Cuba nesta segunda-feira, junto com a mãe e um irmão da vítima, para participar do seu funeral, informou o CubaNet.
O assassinato de Sánchez eleva para 27 o número de feminicídios reportados até à data em Cuba.
A plataforma YoSíTeCreo em Cuba e o Observatório de Gênero Alas Tensas, que mantêm um registro paralelo de crimes contra mulheres, confirmaram 25 feminicídios no país até 12 de junho passado, após a verificação de dois casos mais: o de Cindy Samanthy González Espinosa (Samy), de 32 anos, ocorrido em Havana em 18 de maio passado, e o de Katia Ortiz Figueredo, de 25 anos e mãe de dois menores, em Las Tunas, em 5 de junho.
Este sábado, se soube que outra mãe de dois filhos, Liset Quesada Romero, foi assassinada pelo seu parceiro no município de Bejucal, província de Mayabeque, de acordo com fontes próximas da mulher.
As plataformas feministas têm insistido na necessidade de o governo cubano declarar estado de emergência devido à violência de gênero e defendem uma lei abrangente contra a violência machista, uma vez que o feminicídio não é tipificado no Código Penal de Cuba.
O presidente Miguel Díaz-Canel afirmou em março que no país triplicaram as condenações por assassinatos machistas em 2023 em relação a 2022, passando de 18 para 61.
Embora tenha reconhecido que os casos de violência de gênero "aparecem com lamentável frequência", Díaz-Canel argumentou que os "inimigos da revolução" - aos quais não citou expressamente - "manipulam convenientemente e tendenciosamente" as estatísticas.
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