O ativista e prisioneiro político cubano Ángel Cuza Alfonso denunciou nesta terça-feira a péssima alimentação que os reclusos recebem no centro penitenciário Combinado del Este, em Havana.
A partir da rede social X, o Observatório Cubano de Direitos Humanos compartilhou uma gravação na qual o preso expõe as más condições do espaço onde convive com pessoas idosas carentes de atenção básica.
A comida está péssima, principalmente em estado de decomposição, é o mais desumano que se pode comer numa prisão, declarou Cuza, que também apontou o falecimento de dois idosos devido à negligência médica na prisão.
Não é a primeira vez que o colaborador do meio digital CubaNet levanta a voz contra os maus-tratos na prisão, pois em abril passado confessou à sua esposa Dianelis Romero que "tudo está péssimo, uma tremenda fome, a única coisa que ele me pede é para levar muita comida; muita fome, uma alimentação muito ruim".
O condenado a um ano e seis meses de prisão pelo crime de "desordem pública" disse que "não há remédios, não há nada. Na rua não há, imagina lá dentro da prisão, menos ainda", afirmou naquela ocasião à Martí Noticias.
Em janeiro deste ano, várias organizações internacionais de direitos humanos e meios de comunicação independentes assinaram uma carta na qual exigiam a libertação de Cuza e denunciavam as injustiças de sua detenção.
O fato pelo qual ele foi condenado remonta a quinta-feira, 1 de dezembro de 2022, quando foi detido junto com Lázaro Rolando Kessel Barrueto e Yasser Rivero Bonni, ao tentarem comprar alimentos em uma loja do município de Centro Habana. A situação enfrentada pelo ativista evidencia a arbitrariedade da detenção e do processo legal contra ele.
Atualmente, Cuza integra a lista de mais de 1000 prisioneiros políticos registrados em Cuba, de acordo com dados da ONG Prisoners Defenders, que em novembro de 2023 publicou em seu site um estudo que também revela a existência de 28 menores de idade cumprindo pena.
Há menos de um mês, Yoanky Báez Albornoz, condenado a 14 anos de privação de liberdade após sua participação nas manifestações de 11 de julho de 2021, foi espancado por oficiais do Combinado del Este, denunciou um de seus companheiros na prisão.
Num áudio publicado na rede social Facebook pelo ativista de direitos humanos Ángel Moya Acosta, o recluso Ángel Castro Cabrera relatou que, por volta das 7:20 da manhã do dia 14 de maio passado, Báez foi vítima da repressão dos guardas identificados como Bryan e Jancarlos, na prisão localizada em Havana.
O prisioneiro - pertencente à companhia 1301 - expôs a situação de Báez e qualificou os membros do Ministério do Interior como "abusadores e torturadores", um dos órgãos repressivos da ditadura castrista.
Diante dessa situação, Daimy Albornoz Rodríguez, mãe do condenado, explicou à Martí Noticias que a agressão ocorreu no dia em que era a vez da companhia de seu filho sair para o pátio tomar sol e que, inclusive, um dos guardas prisionais poderia ser julgado em um Tribunal Militar.
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