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Promovem a venda de ossos como “carne” em Havana

“Então eles comeram aquela quantidade de osso e para onde mandaram a carne? Como se fôssemos necrófagos, eles não têm vergonha de vender aquele cemitério de ossos”, disse uma idosa.

Venda de ossos como “carne” no mercado de Havana Foto © Facebook / VENDA TUDO AQUI BAHÍA (definindo o preço) / Conde de Habana

Imagens que mostram a venda de ossos de boi como se fossem “carne” em Havana causaram inúmeras críticas nas redes sociais.

A falsa promoção ocorreu no bairro Bahia, na feira redonda, na Rua 20, onde eram vendidos peixes (tilápia) e “carne” no sábado, segundo publicação do grupo de Facebook "VENDE TUDO AQUI BAHÍA (colocando o preço)."

Nas fotos é possível ver os ossos praticamente descascados dentro de caixas plásticas que o vendedor colocava em cima dos paletes, pois preferia deixá-los na grama antes de se dar ao trabalho de levantá-los e colocá-los sobre uma mesa ou plataforma.

Captura de tela do Facebook / VENDA TUDO AQUI BAHÍA (definindo o preço) / Conde de Havana

“Que pena, tão carnudo essa quantidade de osso, e para onde mandaram a carne? Como se fôssemos necrófagos, eles não têm vergonha de vender aquele cemitério de ossos…”, disse uma idosa.

“Mas isso é puro osso”, disse uma jovem.

“Deviam jogar para os animais do zoológico, ou talvez sejamos animais”, questionou uma mãe.

“Parece que estamos num campo de concentração alemão”, protestou um homem.

“Mais do que carnudos, parecem restos de uma exumação do cemitério de Colón”, disse um jovem.

Outros internautas questionaram a falta de higiene, com a mercadoria quase no chão, totalmente descoberta e a poucos metros de uma moto estacionada, e com o vendedor sem luvas ou quaisquer medidas de proteção.

"Que falta de decência. Sem falar nas condições de refrigeração desses produtos completamente expostos...", disse um deles.

“É isso que usam para fazer picadinho para as crianças e depois falam em ‘fábrica clandestina de cães’. Vocês são os inventores”, frisou outro.

“A carne que eles têm é demais, não deveriam vender tanta carne ao povo, é melhor dar aos que estão no topo que têm tanta fome, coitados, se só comem ossos”, disse ironicamente um terceiro.

A venda de ossos de vaca e de porco é comum em Cuba, onde a escassez de alimentos e a fome são tão grandes que sempre há quem venha comprá-los porque não tem outra opção.

Em agosto passado, o Observatório Cubano de Direitos Humanos (OCDH) divulgou um vídeo da venda de ossos de boi a 70 pesos o quilo em Camagüey, onde jogaram o produto no chão, no meio da rua.

A filmagem mostrou os ossos caídos na rua, onde foram cortados e entregues aos compradores.

Poucos dias antes, circulou outro vídeo mostrando vários caixas infestadas de moscas com ossos e pernas do que pareciam ser vacas, prontos para venda à população cubana, enquanto algumas pessoas aguardavam a sua vez na fila.

Em Julho, a OCDH denunciou que a o governo vendeu ossos de vaca ao povo de Las Tunas.

Um vídeo gravado por uma testemunha revelou o momento em que um camião da empresa descarregava a carga num talho estatal onde vários trabalhadores, sem luvas ou qualquer outro meio de higiene, baixavam a mercadoria numa caixa para a mesma rua.

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