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Cuba volta a enfrentar neste sábado uma jornada crítica no Sistema Elétrico Nacional (SEN), com um déficit previsto de 1.970 MW para o horário de pico e uma afetação estimada de 2.040 MW, apenas um dia depois que o país reportou interrupções durante as 24 horas e uma máxima afetação de 1.981 MW às 18:30 pela falta de capacidade de geração, segundo a nota informativa oficial do estado do SEN de 6 de dezembro de 2025.
En a parte, as autoridades situaram às 06:00 uma disponibilidade de 1.430 MW frente a uma a demanda de 2.500 MW, com 1.080 MW já afetados por déficit, e alertaram que ao meio-dia a afetação poderia aumentar até 1.200 MW.
A informação descreve um sistema pressionado simultaneamente por falhas em várias termoelétricas, manutenções programadas e, sobretudo, pela falta de combustível que mantém fora de serviço uma parte significativa da geração distribuída.
Entre as principais ocorrências reportadas estão avarias na Unidade 5 da CTE Diez de Octubre, nas Unidades 2 de Felton e na Unidade 5 de Renté. A isso se somam manutenções nas Unidades 2 e 3 de Santa Cruz e na Unidade 4 da CTE Carlos Manuel de Céspedes (Cienfuegos).
Além disso, o relatório contabiliza 576 MW fora de serviço devido a limitações na geração térmica.
A situação se agrava pelo impacto do combustível: o relatório detalha 90 centrais de geração distribuída paradas, com 893 MW indisponíveis, além de cinco motores a fuel em Moa (68 MW) e 69 MW fora de operação por falta de lubrificante, totalizando 1.030 MW afetados por essa causa.
Na manhã, às 9h18, também foi informada a saída de linha da Unidade 6 da CTE Diez de Octubre por um disparo de CAR, o que provocou uma DAF de 30,2 MW.
Em meio ao déficit, o relatório destacou a contribuição dos 33 novos parques solares fotovoltaicos, que geraram 2.975 MWh no dia anterior e chegaram a entregar 528 MW como potência máxima ao meio-dia, embora esse apoio não consiga compensar a falta quando a demanda aumenta no período da tarde-noite.
Para o horário de pico, a previsão oficial estabelece uma demanda máxima de 3.400 MW e mantém a disponibilidade em 1.430 MW, o que deixa um déficit de 1.970 MW e uma afetacão projetada de 2.040 MW se as condições previstas se mantiverem, prolongando a pressão sobre residências e serviços básicos após o dia anterior de cortes de energia contínuos.
O ministro de Energia e Minas Vicente de la O Levy antecipou que 2026 será “ligeiramente melhor” graças a reparações em usinas termelétricas e maior potência solar, mas advertiu que a falta de combustível e o estado do sistema eletroenergético (SEN) impedirão o fim dos apagões.
Afirmou que a situação energética continuará pressionada no próximo ano, apesar da incorporação de termoelétricas recentemente reparadas e da conclusão dos 1.000 MW solares previstos para este ano.
De acordo com o funcionário, o país inicia o próximo calendário com mais infraestrutura operável do que em 2025, mas esclareceu que essa capacidade não poderá ser mantida sem um fornecimento estável de hidrocarbonetos, algo que atualmente não existe.
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