Revelam novos detalhes sobre o assassinato do cubano Daylon Fleitas em Hialeah

O cubano de 37 anos desapareceu no dia 3 de agosto e foi encontrado morto alguns dias depois.


Novas revelações surgiram no caso do assassinato de Daylon Fleitas, um cubano de 37 anos que foi reportado como desaparecido no início de agosto em Hialeah e cujo corpo foi encontrado dias depois dentro de um contêiner de reciclagem.

Daylon foi reportado como desaparecido no dia 3 de agosto. Desde o primeiro momento, sua família começou a suspeitar que algo não estava certo, especialmente quando sua esposa começou a receber mensagens suspeitas do número de telefone que seu esposo costumava usar.

Segundo revelou o jornalista Javier Díaz, da Univision, o assassino usou esse número para enviar mensagens pelo WhatsApp para o parceiro da vítima, passando-se por ele.

Nos mensagens, o suposto "Daylon" afirmava que havia sido detido pelo ICE (o Serviço de Imigração e Controle de Alfândega), mas que havia conseguido escapar para o México com a ajuda de um amigo.

Também dizia que não podia fornecer mais informações por razões de segurança.

No entanto, a família rapidamente percebeu que algo estava errado. Sabiam que aquelas mensagens não correspondiam ao comportamento nem à situação real de Daylon.

O suposto assassino: Um amigo próximo

A notícia tomou um rumo ainda mais devastador quando o principal suspeito foi identificado: Alfredo Carballo, um amigo próximo da vítima. A ideia de que alguém tão próximo pudesse ser capaz de um crime tão brutal tem sido difícil de assimilar para a família.

Marlon Fleitas, irmão da vítima, confessou que, embora a princípio não suspeitasse de Alfredo, sempre teve uma inquietação interna.

“Sinceramente, a verdade no começo eu não pensei que ele seria capaz de fazer tamanha barbaridade, a verdade, mas sempre tive a intuição de que ele estava envolvido”, declarou.

E acrescentou, com pesar: “Parece-me que nenhum dinheiro é suficiente para arrancar a vida”, explicou à referida agência.

Marlon relatou que enquanto buscavam desesperadamente por Daylon, manteve comunicação com Alfredo, que inclusive lhe transferiu 2.500 dólares através do Zelle, argumentando que essa era a dívida que ele tinha com seu irmão.

“Tinha várias opções, se não quisesse pagar o dinheiro, poderia perfeitamente ir à polícia e dizer ‘olha, eu não posso pagar esse dinheiro a este homem ou algo assim’”, refletiu Marlon, sublinhando que Alfredo escolheu o caminho mais extremo: o crime.

Uma cumplicidade inquietante

A dor da família não se dirige apenas contra Alfredo Carballo.

Também apontam para sua parceira, Ariely Álvarez Cabrera, como cúmplice. De acordo com a versão da família, a mulher teve várias oportunidades de se afastar do crime, mas não o fez.

“Milhares de oportunidades ela teve para se livrar disso, e não o fez. Ela se tornou cúmplice porque quis”, afirmou Marlon Fleitas, indignado.

Entre os testemunhos mais comoventes está o da mãe da vítima, que expressou com força seu desejo de justiça: “Enquanto eu estiver viva, estarei clamando por justiça e não vou me cansar.”

Suas palavras refletem não apenas a dor de uma mãe que perdeu um filho, mas também a frustração diante de um sistema que ainda não conseguiu resolver o caso.

O corpo de Daylon ainda não foi liberado pelo escritório do médico legista, e a família clama por avanços na investigação.

“Realmente me tiraram um pedaço da minha vida. Me tiraram um pedaço, meu irmão”, reiterou Marlon.

A mãe, por sua parte, concluiu: “Realmente nunca mais vamos ter paz porque nos arrancaram um pedaço da nossa família”.

A família de Daylon Fleitas exige que tanto Alfredo Carballo quanto Ariely Álvarez Cabrera se entreguem à polícia e enfrentem as consequências legais por este crime.

O vídeo que confirmou o assassinato

Um vídeo de vigilância mostrou com crudeza os últimos momentos de Daylon Fleitas.

A gravação, captada no domingo, 3 de agosto, em um estacionamento de caminhões em Medley, mostrou claramente a sequência do crime, desde o encontro com seu suposto assassino até o arrasto de seu corpo.

Nas imagens, Alfredo Carballo - principal suspeito e atualmente foragido - se aproxima da caminhonete de Fleitas. Ambos entram no veículo, mas minutos depois a câmera flagra o momento mais arrepiante: o corpo da vítima cai no chão e Carballo o arrasta sem resistência.

A polícia afirma que nesse momento já estava ferido ou sem vida.

Em seguida, observa-se como o agressor coloca um contêiner de reciclagem na parte de trás da caminhonete da vítima, sobe ao volante e se afasta do local, enquanto um outro veículo o segue.

"A vítima e o sujeito entraram na caminhonete da vítima. Pouco depois, observa-se a vítima caindo do veículo e o sujeito arrastando-a pelo chão", descreve o documento do Xerife de Miami-Dade.

Ese mismo informe indica que A reunião entre ambos ocorreu para saldar uma dívida de 10.000 dólares que Carballo devia a Fleitas.

A desaparecimento foi reportado oficialmente no dia 7 de agosto e, um dia depois, a caminhonete foi encontrada na área da rua 210 do sudoeste com vestígios de sangue visíveis no veículo e uma mochila próxima.

O corpo só foi encontrado no dia 9 de agosto, quando agentes de homicídios localizaram o contêiner abandonado em uma área forestal.

Dentro estava Daylon Fleitas com múltiplas feridas causadas por uma arma branca. O médico legista do condado confirmou que essa foi a causa de sua morte.

“Os investigadores localizaram o contêiner de reciclagem… e encontraram a vítima dentro do contêiner. A vítima apresentava múltiplas feridas no corpo”, documentaram as autoridades.

Desde então, a polícia procura por Alfredo Carballo González e sua parceira, Ariely Álvarez Cabrera, ambos cubanos, que estão foragidos com seu filho de cinco meses, Alain Carballo.

Fonte: Facebook/Polícia de Miami-Dade

A Oficina do Xerife de Miami-Dade emitiu um alerta sobre o desaparecimento do bebê e advertiu que os adultos podem estar armados e devem ser considerados perigosos.

As autoridades pedem ajuda à comunidade para encontrar o paradeiro dos envolvidos. Qualquer informação pode ser relatada de forma anônima à Linha de Combate ao Crime de Miami-Dade: 305-471-8477.

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