Marrero Cruz afirma que nem todos os problemas de Cuba são por conta do “bloqueio”: Há erros e deficiências

Durante o ato pelo 26 de Julho em Ciego de Ávila, Manuel Marrero surpreendeu ao reconhecer publicamente falhas internas do governo cubano, em meio a uma profunda crise marcada por apagões, inflação e descontentamento social.

Manuel Marrero Cruz no ato do 26 de julho em Ciego de ÁvilaFoto © Granma

O primeiro-ministro cubano, Manuel Marrero Cruz, reconheceu neste sábado que nem todos os problemas que Cuba enfrenta se devem ao embargo dos Estados Unidos, ao admitir publicamente a existência de erros e deficiências internas que devem ser enfrentadas com “nossos próprios esforços”.

A declaração foi feita durante o ato nacional pelo 72º aniversário do assalto ao Quartel Moncada, realizado em Ciego de Ávila, um evento marcado pelo simbolismo revolucionário, mas distanciado das urgências reais que afetam hoje a população cubana.

Captura do Facebook/Periódico Invasor

Foi Marrero quem quebrou o tom tradicional do discurso oficial ao deslizar uma verdade que costuma ser omitida da tribuna do poder. “Existem dificuldades internas, erros, deficiências que devemos enfrentar e resolver com nossos próprios esforços”.

Embora tenha novamente acusado Washington de manter uma política de asfixia econômica, dizendo que pretende “dobrgar pela fome e necessidades o povo cubano”, Marrero se afastou em alguns momentos do discurso monótono que explica tudo pelo “bloqueio”.

“Denunciar a agressão externa não significa que fiquemos de braços cruzados ou que atribuímos todos os problemas apenas ao bloqueio”, ressaltou.

No entanto, a ambiguidade de suas palavras e a total ausência de propostas concretas evidenciaram o que muitos consideram uma manobra discursiva para acalmar ânimos sem alterar a ordem das coisas.

Uno dos pontos mais sensíveis de sua intervenção foi o reconhecimento do drama energético que afeta a população cubana. “Um desafio sério e urgente que temos pela frente é reduzir os incômodos apagões que tanto afetam a população, a economia e, em geral, a vida do país”.

Apesar da menção direta ao tema, não apresentou detalhes concretos sobre soluções imediatas, em meio a uma situação que desencadeou protestos espontâneos em várias províncias e tem alimentado o êxodo constante para o exterior.

Marrero também destacou que o ano de 2026 será "de especial significação" pelo centenário do nascimento do ditador Fidel Castro e pela realização do IX Congresso do Partido Comunista, onde, segundo ele, serão priorizadas a produção de alimentos, a redução da inflação, o investimento estrangeiro e a recuperação do sistema elétrico.

FAQ sobre os Problemas Internos e o Bloqueio em Cuba

É o bloqueio dos Estados Unidos a única causa da crise em Cuba?

Não, o bloqueio dos Estados Unidos não é a única causa da crise em Cuba. Manuel Marrero Cruz, primeiro-ministro cubano, reconheceu que existem erros e deficiências internas que também contribuem para os problemas do país. Apesar de o embargo americano ter um impacto significativo, há fatores internos, como a ineficiência governamental e a corrupção, que agravam a situação econômica e social da ilha.

Quais problemas internos Cuba enfrenta atualmente?

Cuba enfrenta múltiplos problemas internos, incluindo apagões frequentes, uma crise energética, escassez de alimentos e uma alta inflação. Além disso, o país sofre com uma infraestrutura obsoleta, problemas de gestão e um setor estatal repleto de irregularidades e corrupção. Esses problemas internos são reconhecidos até mesmo pelo governo cubano como desafios que devem ser resolvidos com esforços próprios.

Quais medidas o governo cubano propôs para enfrentar os problemas atuais?

Manuel Marrero Cruz mencionou que o governo planeja priorizar a produção de alimentos, a redução da inflação, o investimento estrangeiro e a recuperação do sistema elétrico. No entanto, as propostas carecem de detalhes concretos sobre como essas soluções serão implementadas. No passado, faltaram ações efetivas para abordar os problemas estruturais da economia cubana.

Qual é o estado atual do sistema elétrico em Cuba?

O sistema elétrico de Cuba está em crise, com apagões gerais frequentes que afetam toda a população. Essas interrupções de energia impactam negativamente a economia, o transporte, a comunicação e a vida cotidiana dos cubanos. Embora o governo tenha prometido trabalhar na recuperação do sistema, não foram apresentadas soluções concretas e eficazes para resolver o problema.

Como a crise econômica afeta a vida diária dos cubanos?

A crise econômica em Cuba afeta gravemente a vida cotidiana dos cidadãos, que enfrentam escassez de alimentos, apagões prolongados e um aumento constante dos preços. A falta de recursos básicos como arroz, açúcar e proteína animal, além de salários baixos e serviços colapsados, agrava a situação da população, que vive em condições de pobreza extrema.

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