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O jornalista cubano Javier Díaz, rosto conhecido da Univisión 23 em Miami, emocionou novamente seus seguidores com uma mensagem tocante e crua publicada em sua conta de , onde reflete sobre o drama migratório de milhares de cubanos indocumentados nos Estados Unidos e a tragédia histórica de um povo obrigado a buscar seu futuro longe de casa.
"É uma maldição o que nos tocou viver aos cubanos: emigrados, mendigando em outras terras e buscando que nos aceitem onde nunca seremos felizes", escreveu Díaz.
"Não há nada como nascer e viver em nossa Pátria... prosperar e formar nossa família em Cuba", acrescentou.
A mensagem parte de uma declaração de empatia em relação àqueles que hoje vivem a angústia de estar sem documentação em um país estrangeiro:
"Ninguém pode se colocar no lugar de uma pessoa indocumentada... Embora te digam o que te digam, ninguém está no seu lugar. Nem mesmo quem te escreve estas linhas."
Díaz reconhece que ele mesmo viveu esse processo e que, após um ano e um dia, conseguiu obter a residência nos Estados Unidos.
No entanto, admite que o tempo é relativo e que o que hoje enfrentam milhares de cubanos poderia ter acontecido com ele também.
"O mais triste é que nunca nós, que já somos residentes ou cidadãos, nos colocaremos em seu lugar… É preciso vivê-lo e sofrê-lo na própria pele, como vocês estão fazendo", expressou.
O locutor também reflete sobre o que Cuba poderia ter sido e o que ainda poderia ser. Expressa seu desejo de voltar a agitar sua bandeira quando estiver livre, e lança um apelo à esperança:
"Os cubanos temos sido ao longo dos séculos uma 'civilização' extraordinária e podemos construir nosso próprio império... Basta colocar o engenho a todo vapor e voltaremos a ser o que antes fomos, quando o peso cubano valia até mais que o dólar", ressaltou.
Uma voz com autoridade no tema migratório
A mensagem ganha ainda mais força vinda de alguém como Javier Díaz, que, em seu trabalho jornalístico, tem documentado com sensibilidade e rigor as histórias mais difíceis da migração cubana.
Ao longo dos anos, ele conquistou o respeito e a admiração de seu público não apenas por seu talento profissional, mas pela honestidade com que narra sua própria experiência.
Díaz emigrou em janeiro de 2016, após uma dura travessia pela América Central.
Seu primeiro emprego nos Estados Unidos foi na cozinha de um restaurante em San Antonio, Texas, enquanto tentava reconstruir sua vida do zero.
Com formação em Comunicação Social, conseguiu se destacar nos meios hispânicos e se tornar um rosto habitual nos lares do sul da Flórida.
"Sou mais um imigrante, outro cubano que chegou um dia e se sentiu orgulhoso de tocar também esta bandeira", escreveu ao relembrar seu aniversário de chegada em janeiro passado.
Apesar de seu sucesso, nunca deixou de denunciar os abusos do regime cubano nem de alertar sobre as consequências emocionais e estruturais que a migração forçada deixa.
Em maio de 2024, descreveu a vida na ilha como “uma jaula” da qual só ao sair se compreende a magnitude do aprisionamento.
Nascer e viver em Cuba é como estar trancado em uma jaula, e só quando a porta se abre é que você consegue voar pela primeira vez... Só quem é cubano pode entender o que isso significa", afirmou então.
A nostalgia de um país perdido
A última publicação do jornalista gerou uma onda de reações; os usuários expressaram sua gratidão por suas palavras, em um momento especialmente difícil para milhares de cubanos que aguardam uma resolução migratória ou enfrentam a precariedade do exílio.
Díaz, quien atualmente enfrenta também um episódio de hérnia lombar, recebeu múltiplas mensagens de apoio por sua humanidade, clareza moral e compromisso com a verdade.
Seu testemunho é um lembrete de que a liberdade nem sempre é um ponto de chegada, mas um processo que implica luta, memória e dignidade.
Perguntas frequentes sobre a migração cubana e a situação em Cuba
Por que Javier Díaz considera que a situação dos cubanos é uma "maldição"?
Javier Díaz, jornalista cubano, descreve a situação dos cubanos como uma "maldição" devido ao drama migratório que enfrentam, obrigados a deixar seu país em busca de um futuro melhor. Ele sustenta que os cubanos são forçados a emigrar e a implorar por aceitação em outros países, o que os impede de serem verdadeiramente felizes. Essa situação reflete a desesperança de um povo que não consegue prosperar em sua própria terra devido ao regime opressivo e às limitações econômicas e sociais em Cuba.
Que experiências pessoais Javier Díaz compartilhou sobre sua migração para os Estados Unidos?
Javier Díaz compartilhou sua experiência pessoal de emigração de Cuba para os Estados Unidos em 2016. Relatou que seu primeiro emprego foi na cozinha de um restaurante no Texas, enquanto tentava reconstruir sua vida no exterior. Díaz tem sido aberto sobre as dificuldades que enfrentou e como conseguiu se tornar um jornalista reconhecido na Univisión, tornando-se um defensor da liberdade e dos direitos humanos desde o exílio.
Qual é a posição de Javier Díaz sobre o regime cubano e a liberdade de Cuba?
Javier Díaz mantém uma postura crítica em relação ao regime cubano, o qual considera responsável pelas dificuldades enfrentadas pela população da ilha. Ele defende a liberdade de Cuba e critica os comunicadores oficialistas por serem cúmplices da ditadura. Díaz incentiva os cubanos na diáspora a refletir sobre o verdadeiro significado da liberdade e a não replicar atitudes autoritárias.
Qual mensagem Javier Díaz enviou aos jornalistas oficiais cubanos?
Javier Díaz enviou uma mensagem contundente aos jornalistas oficiais cubanos, instando-os a se posicionarem ao lado da verdade e a deixarem de ser cúmplices do regime. Ele os adverte que, quando Cuba for livre, serão julgados por sua cumplicidade com a ditadura, e sugere que busquem um meio de se afastar do regime ou se tornarem jornalistas independentes.
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