"Foi épico": Cubana na Venezuela conta a maior tristeza que já viveu e se torna viral no TikTok

"Vocês sabem que quando alguém chega novo a um lugar, sempre existe esse choque cultural."


Uma jovem cubana que vive na Venezuela se tornou uma sensação no TikTok após contar, com humor e sem filtros, uma anedota que provocou risadas na rede. Sua história, narrada no vídeo intitulado "A maior vergonha da minha vida", já acumula mais de 1,3 milhões de visualizações e milhares de comentários.

“Sou cubana e vivo na Venezuela”, começa dizendo no vídeo postado pela usuária @orejitajose34. Ela explica que, embora tenha recebido um pequeno curso sobre palavras que deveria evitar ao chegar ao país, o costume de 23 anos dizendo “coger” não a abandonou ao descer do avião. “Nós em Cuba, quando estamos atrasados, dizemos ‘estou atrasada com o tempo’. E muitas vezes dizemos: ‘não posso ir porque estou atrasada’”, conta.

Esse foi exatamente o erro que ela cometeu. Segundo relata, um dia estava saindo tarde de casa, atravessando o estacionamento do prédio, quando uma amiga venezuelana gritou do balcão: “¡Mili, sobe!”. Ela, sem pensar duas vezes, respondeu com toda a força que sua garganta permitiu: “¡Não posso, porque estou pegando!”. A reação foi imediata. “Foi épico”, diz. “Os pássaros pararam de voar, o vento se deteve, os cinco homens que estavam consertando um carro se viraram ao mesmo tempo. Eu parada ali, pedindo ao senhor que me sugue, que me engula a terra”.

Sua confissão não apenas provocou risadas, mas também uma onda de solidariedade e empatia nos comentários. Um usuário disse: “Aqui a gente zoa desde casa até o último canto. Isso está nos nossos genes”. Outro comentou: “Na Venezuela não existe bullying, existe chalequeo”. Também teve quem apontou: “Se você tivesse dito ‘duro que me succione o senhor’, aí sim ninguém te salva”. Outros foram mais calorosos: “Você é uma venezuelana como nós. Bem-vinda a esta terra de brincalhões”.

A história tocou uma fibra comum em muitos migrantes. Vários cubanos residentes na Venezuela contaram que, mesmo após anos morando lá, ainda enfrentam tropeços linguísticos. Uma usuária disse entre risadas: “Eu também sou cubana, tenho 14 anos na Venezuela e ainda me sai algumas coisas. Mas a Venezuela é como meu país, as pessoas são muito carinhosas e agradáveis.” Outros compartilharam anedotas parecidas de países como Trinidad e Tobago, Alemanha ou Colômbia, onde palavras como “jaba”, “coger” ou “arrech@” também geraram confusões inesquecíveis.

A protagonista afirma que desde aquele dia tudo mudou. “Foi a dor mais intensa da minha vida”, confessa no vídeo. “Desde então, todo mundo me conhecia, todos zombavam de mim, me cumprimentavam entre risadas. Foram 100 anos de brincadeiras”. No entanto, ela diz que não se sente mal pelo que viveu. “Não me importo com nada, porque isso me deixou mais forte. Viver nesta sociedade venezuelana me deixou mais forte. E como essa, tenho um monte de histórias até piores, mas isso ficará para outro vídeo”.

Esta não é a primeira vez que um conteúdo sobre as diferenças de linguagem entre cubanos e venezuelanos se torna viral. Em março passado, uma cubana e uma venezuelana protagonizaram um clipe que gerou debate ao comparar palavras como “lechosa” e “fruta bomba”, “cholas” e “chancletas”, ou “pantaleta” e “blumers”. Em outubro, outro vídeo comparava expressões como “carajito” e “fiñe”, e explodiu com milhões de visualizações. Também foi muito compartilhado o debate sobre se “agora” ou “agorinha” significam o mesmo ou o contrário, revelando outra camada do eterno mal-entendido entre ambas as culturas.

O vídeo de @orejitajose34 se destaca não apenas pelo humor da situação, mas pela naturalidade com que a jovem compartilha uma experiência que muitos preferem calar. Seu testemunho ressoa porque reflete o que milhares de migrantes vivem a cada dia: adaptar-se, cometer erros, rir de si mesmos e seguir em frente. Em suas próprias palavras: “Ponha o que puserem nos comentários, não me incomodo. Isso me deixou mais forte.”

Perguntas frequentes sobre a experiência dos cubanos no exterior

Por que o vídeo da cubana na Venezuela se tornou viral?

O vídeo da cubana na Venezuela se tornou viral porque ela compartilhou uma anedota humorística sobre um mal-entendido linguístico entre cubanos e venezuelanos, gerando risadas e empatia entre os espectadores. O uso da palavra "coger" em um contexto diferente do venezuelano causou um momento cômico que ressoou com muitos migrantes que enfrentaram situações semelhantes.

Quais são as diferenças linguísticas mais comuns entre cubanos e venezuelanos?

As diferenças linguísticas entre cubanos e venezuelanos incluem o uso de certas palavras e expressões que têm significados distintos em cada país. Palavras como "pegar", "sacola" e "arrecha" são exemplos de termos que podem gerar confusões ou mal-entendidos entre ambas as culturas.

Como o choque cultural afeta os cubanos ao emigrar para outros países?

O choque cultural afeta os cubanos ao emigrar devido às diferenças nas costumes, linguagem e expectativas sociais nos países de destino. Muitos experimentam momentos de confusão e vergonha, mas também encontram solidariedade e apoio de comunidades similares, o que facilita sua adaptação.

Qual é o papel do humor nas experiências de migrantes cubanos?

O humor desempenha um papel crucial nas experiências de migrantes cubanos, pois lhes permite enfrentar situações difíceis e compartilhar anedotas com uma abordagem positiva. Essas histórias humorísticas não apenas aliviam o estresse, mas também conectam a comunidade e refletem a resiliência dos migrantes.

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Equipe Editorial da CiberCuba

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