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A partir de 2026, cadetes cubanos da Defesa Civil começarão a se formar na Academia de Proteção Civil do Ministério de Emergências da Rússia (EMERCOM), como parte de um acordo bilateral entre Havana e Moscou na área de defesa e segurança civil.
Segundo informou o site oficial do Ministério de Emergências russo, uma delegação da embaixada de Cuba em Moscovo, chefiada pela agregada militar, naval e aérea Mônica Milián Gómez e seu assistente Leonides Gerardo Rodríguez Abreu, realizou uma visita oficial à academia, onde foram discutidas as bases do novo programa de formação.
Durante o encontro, ambas as partes concordaram em ampliar os programas de formação complementar e estabelecer a entrada de cadetes cubanos na faculdade de formação para especialistas estrangeiros, o que começará a ser implementado em 2026.
O plano inclui tanto educação superior quanto capacitação profissional adicional, voltada para o manejo de situações de crise e emergências.
A visita incluiu um passeio pelo centro de treinamento para gestão de crises, salas de aula especializadas, simuladores para operadores de drones, áreas esportivas, dormitórios e outras instalações do campus, com o objetivo de apresentar aos representantes cubanos a infraestrutura tecnológica e pedagógica da academia.
Este entendimento é resultado de negociações anteriores entre o EMERCOM, a agência russa Emercom e a embaixada de Cuba.
Em novembro de 2024, durante uma visita de funcionários russos à ilha, Havana manifestou seu interesse em formar especialistas nessa instituição.
A cooperação entre ambos os países em matéria de defesa civil insere-se em um contexto mais amplo de aproximação estratégica, no qual Moscovo intensificou sua presença na América Latina como contrapeso à influência ocidental, e o regime cubano busca apoio político, econômico e militar diante de seu crescente isolamento internacional.
Durante os primeiros meses de 2025, a dependência do regime cubano em relação à Rússia tem se evidenciado de maneira cada vez mais explícita, por meio de uma série de visitas diplomáticas, acordos energéticos e promessas de assistência econômica.
O presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular, Esteban Lazo Hernández, viajou recentemente a Moscovo para presidir a segunda sessão da comissão parlamentar bilateral entre Cuba e Rússia.
O encontro buscou fortalecer os laços econômicos e políticos com o Kremlin, em um momento em que o país caribenho enfrenta uma profunda crise financeira. Durante a reunião, Lazo confirmou o interesse do governo cubano em ampliar a cooperação em áreas como comércio, ciência e finanças, e abriu caminho para uma visita de Miguel Díaz-Canel a Moscovo, prevista para maio.
Antes, meios russos anunciavam que Moscovo está disposto a "ajudar Cuba a sobreviver à crise", afirmação que foi interpretada por especialistas como um gesto de reafirmação da aliança estratégica. O anúncio coincidiu com uma crescente pressão interna sobre o governo de Havana, que busca garantias energéticas, investimentos e insumos básicos para conter o deterioro estrutural de sua economia.
Esta dependência energética ficou refletida em uma operação concreta ocorrida em fevereiro passado, quando Cuba recebeu um carregamento de 790.000 barris de petróleo proveniente da Rússia.
O navio "Primorye", de bandeira liberiana, descarregou o combustível no porto de Matanzas após partir de um terminal russo, o que permitiu ao regime amenizar a aguda escassez de petróleo que afeta o país.
Perguntas frequentes sobre a formação de cadetes cubanos na Rússia
Por que os cadetes da Defesa Civil de Cuba serão formados na Rússia?
Os cadetes cubanos serão treinados na Rússia como parte de um acordo bilateral em defesa e segurança civil entre Cuba e Rússia. Este programa busca ampliar a formação dos cadetes cubanos em manejo de situações de crise e emergências, aproveitando a infraestrutura tecnológica e pedagógica da Academia de Proteção Civil da Rússia.
O que inclui o programa de formação para os cadetes cubanos na Rússia?
O programa de formação inclui tanto educação superior quanto capacitação profissional adicional, com foco no manejo de situações de crise e emergências. Os cadetes cubanos terão acesso a simuladores para operadores de drones, áreas esportivas e salas de aula especializadas, o que lhes permitirá obter uma formação integral em defesa civil.
Como se insere a formação de cadetes cubanos na Rússia na relação entre os dois países?
A formação de cadetes cubanos na Rússia é parte de uma aproximação estratégica mais ampla entre os dois países, que inclui cooperação em energia, cultura e educação. Este acordo reforça a presença da Rússia na América Latina e oferece a Cuba apoio político, econômico e militar em um contexto de crescente isolamento internacional.
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