Governo revela a verdadeira causa dos apagões em Cuba

O regime cubano culpa a falta de divisas e de combustível pelos apagões.

Trabajadores de la Empresa Eléctrica © X | Gobierno Cuba
Trabalhadores da Empresa ElétricaFoto © X | Governo de Cuba

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O regime cubano revelou nesta sexta-feira as principais razões que têm gerado a prolongada crise energética na ilha, marcada por frequentes e longos apagões e uma grave afetção ao Sistema Elétrico Nacional (SEN).

Em um comunicado oficial publicado em um fio no X, foram detalhadas as causas estruturais e econômicas que têm retardado a recuperação do setor energético, o que afeta tanto a população quanto a atividade econômica do país.

De acordo com o relatório do Governo de Cuba, as principais causas dos apagões são:

Falta de divisas: A escassez de recursos financeiros tem dificultado a aquisição de materiais e equipamentos necessários para a renovação e manutenção das infraestruturas energéticas.

Desvios nos manutenções e na recapitalização tecnológica: A modernização das usinas termoelétricas foi atrasada, o que reduziu sua capacidade de geração de eletricidade.

A lentidão na atualização da matriz energética: A transição para fontes de energia mais sustentáveis não avançou na velocidade necessária.

Escassez de combustível: A dificuldade em garantir um fornecimento adequado de combustíveis tem gerado uma queda na produção energética.

Como resultado –diz– foram registradas perdas significativas na capacidade de geração de eletricidade.

As termoelétricas têm experimentado uma diminuição de aproximadamente 3.731 GWh nos últimos 5 anos. Além disso, a disponibilidade de motores a óleo e a diesel caiu para 39% e 37%, respectivamente, com uma tendência de queda, aponta o regime.

Afirma que a geração móvel também reduziu sua capacidade em 24,2% em relação ao ano de 2023, enquanto a energia renovável representa apenas 4% do total de eletricidade gerada no país.

Essas falhas provocaram múltiplas desconexões do SEN, resultando em cortes de eletricidade em diversas regiões, afetando milhares de cubanos.

Diante dessa situação, o Governo afirma que apresentou "um plano para a recuperação do setor, sob a liderança do Comandante Ramiro Valdés Menéndez, que tem como objetivo atender à demanda energética da população e garantir a estabilidade do sistema elétrico".

O Programa de Recuperação do SEN inclui uma abordagem interinstitucional que prioriza a soberania energética e a transição para fontes de energia mais limpas e eficientes, destaca a nota.

Um ponto chave deste programa é a expansão da capacidade de geração elétrica por meio de parques fotovoltaicos. O regime anunciou que, ao final do primeiro semestre de 2025, seriam adicionados mais de 500 MW de energia gerada por painéis solares, com uma projeção de 1.800 MW para o final do próximo ano; mas, nesta sexta-feira, reduziu sua previsão para 1.000 MW.

Entre as medidas mencionadas na nota oficial, "estão o investimento em projetos de energia solar fotovoltaica, com planos de instalar usinas de 1.000 MW cada uma, com o objetivo de aumentar a capacidade de geração renovável no curto e médio prazo". "Espera-se que, até o final de 2025, sejam conectados ao SEN cerca de 1.100 MW adicionais provenientes de projetos renováveis", detalha.

Além disso, o governo anunciou um aumento salarial para os trabalhadores do setor elétrico a partir de janeiro de 2025, com o objetivo de melhorar a eficiência e a motivação da equipe responsável pela manutenção e operação do sistema energético.

Essas medidas visam estabilizar o sistema energético cubano e minimizar os impactos na população, em um contexto econômico e financeiro complexo. O governo ressaltou que a recuperação do setor é uma prioridade nacional e requer o esforço conjunto de todas as instituições envolvidas.

No entanto, os cubanos já não acreditam nas promessas de que a crise será resolvida a curto ou médio prazo.

Apesar da ilusão das energias renováveis, há algumas semanas o meio independente Diario De Cuba explicou em um artigo investigativo que "considerando que o custo médio internacional de instalação de um quilowatt de energia renovável varia entre 1.000 e 5.000 dólares —utilizando fotovoltaica e eólica—, reconverter a atual capacidade instalada de geração elétrica em Cuba, de 6.000 MW (megawatts), custaria entre 6.000 e 30.000 milhões de dólares, além de outra quantia similar necessária para modernizar a rede elétrica e instalar baterias de armazenamento, uma vez que as energias renováveis não geram de forma contínua e estável".

Isso indica que a promessa do regime será mais uma prova falha, e é "delirante" que o castrismo assegura que cumprirá até 2030, quando pretende produzir 24% de sua eletricidade a partir de fontes limpas.

"Mas, para atingir tal porcentagem de geração elétrica a partir dos atuais 5% de energia renovável já instalada, o Governo precisaria destinar nos próximos cinco anos cerca de 1,2 bilhões de dólares anuais apenas para este tema, entre parques solares e eólicos, campos de baterias e a renovação de uma rede elétrica precária", destacou a análise citada, intitulada "A insustentabilidade da energia sustentável para Cuba".

Perguntas Frequentes sobre a Crise Energética em Cuba

Quais são as principais causas dos apagões em Cuba?

As principais causas dos apagões em Cuba são a falta de divisas, a manutenção insuficiente das infraestruturas elétricas e a escassez de combustível. Essas dificuldades resultaram em um déficit significativo na capacidade de geração de energia elétrica, impactando tanto a população quanto a economia do país.

Quais medidas o governo cubano está tomando para resolver a crise energética?

O governo cubano anunciou um plano para a recuperação do setor energético, que inclui a modernização das usinas termelétricas e o aumento da capacidade de geração de energia renovável por meio de parques fotovoltaicos. No entanto, essas promessas foram recebidas com ceticismo pela população, que duvida da sua efetividade a curto prazo.

Como os apagões estão afetando a vida cotidiana dos cubanos?

Os apagões estão afetando gravemente a vida cotidiana dos cubanos, interrompendo serviços essenciais como eletricidade, água e atendimento médico. Essa situação gerou um descontentamento crescente e protestos em várias regiões do país, refletindo a frustração da população em relação à gestão ineficaz do governo.

Qual é o papel das energias renováveis na solução da crise energética cubana?

As energias renováveis desempenham um papel limitado na solução da crise energética cubana, representando atualmente apenas 4% da eletricidade gerada no país. Embora o governo tenha anunciado planos de expansão nesse setor, a falta de investimento adequado e a infraestrutura obsoleta dificultam um avanço significativo a curto prazo.

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Redação da CiberCuba

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