A mulher desaparecida em Sancti Spíritus saiu para buscar suas vacas, mas os animais voltaram sozinhos

Nenhum sinal de Felicia Gómez, de 67 anos, que foi vista pela última vez em 5 de dezembro, na localidade de La Ermita, onde vive com sua família há 40 anos

CiberCuba © Felicia (izquierda), desparecida hace 11 días, junto a su nieta y su hija.
CiberCubaFoto © Felicia (à esquerda), desaparecida há 11 dias, ao lado de sua neta e sua filha.

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A cubana Felicia Gómez Díaz, de 67 anos, saiu no dia 5 de dezembro, às 8h da manhã, de sua casa, uma pequena propriedade familiar no povoado de La Ermita, na estrada que vai de Trinidad a Sancti Spíritus, onde vive há 40 anos. Ela estava vestindo um casaco verde, leggings, botas de borracha e um boné azul do time de beisebol local. Dispensou ao marido que ia buscar suas vacas. Por volta das nove da manhã, uma hora depois, seu esposo notou sua ausência e começou a procurá-la. Desde então, não tiveram mais notícias dela.

Desde o primeiro momento, os vizinhos e familiares da área se mobilizaram na busca. A mulher, mãe de duas filhas, (Yaneisy e Yudisleisy Gómez Gómez) é diabética, mas saiu de casa depois do café da manhã. O entorno descarta a possibilidade de um roubo, pois as vacas que ela foi buscar voltaram sozinhas. "As vacas sempre vão para o mesmo lugar e voltam sozinhas."

Felicia Gómez não saiu com ninguém, nem foi encontrada morta ao lado de uma vaca, nem foi degolada, nem nada parecido, esclarecem pessoas do seu círculo, desmentindo assim todos os rumores que circulam sobre este caso. "Ela não apareceu e não se sabe absolutamente nada. Não há uma única pista sobre este caso", insistem em declarações à CiberCuba.

Num primeiro momento, a família ficou descontente porque a polícia não começou a busca imediatamente. "Um homem veio à noite para que assinassem a denúncia e disse que até 24 horas depois não podiam fazer nada", explicam fontes próximas à família de Felicia Gómez.

Trata-se de um protocolo habitual em casos de desaparecimentos e é aplicado em nível internacional. As autoridades costumam ter cautela antes de mobilizar recursos públicos e davam uma margem prudencial para descartar que se trate de um desaparecimento voluntário e que a pessoa retorne por conta própria para casa. Daí a espera de 24 a 72 horas.

O problema é que, após essas 24 horas, apareceu na propriedade um policial com um cachorro, e a justificativa que ele deu à família, ao não encontrar vestígios de Felicia Gómez, foi que como já haviam se passado 24 horas, não havia mais pistas e por isso o cachorro não havia encontrado nada.

A busca se tornou um desafio para os policiais, que um dia depois foram vistos sentados sob uma árvore de mangueiras, "esperando por algo que não se sabe o que", enquanto o restante da vizinhança procurava pela desaparecida, capinando e fazendo a limpeza dos locais com gramas altas.

Mas a publicidade nas redes sociais trouxe uma mudança na atitude da polícia, e agentes de rango superior chegaram à comunidade, se dedicando ao caso nos últimos dias. A população também se mobilizou, fazendo chamadas para se informar e contribuir com informações.

"Finalmente, vieram outras pessoas de um nível mais alto e já estão prestando um pouco mais de atenção à nossa desespero com este caso tão misterioso... mas isso ocorreu quatro dias após o desaparecimento", comenta uma fonte próxima à família.

"E nada, não há indícios de nada, não há pistas, não há sinais. Ela disse ao marido que ia buscar algumas vacas ali no campo e, aproximadamente uma hora depois, as vacas voltaram, todas, nenhuma ficou para trás, e o marido não a viu e a procurou por toda parte. Ela saiu às 8h da manhã e o marido começou a procurá-la às 9h da manhã, e já não estava por ali... Ninguém consegue explicar nada", insistem.

"Desde o primeiro dia, toda a população de La Ermita e das áreas vizinhas, onde a família tem amigos, uniu-se à intensa busca até hoje. Algumas pessoas tiveram que voltar ao trabalho, mas em La Ermita permanece grande parte da família, e muitos amigos da filha vão visitá-los frequentemente. Ninguém deixou o local desde o primeiro dia, e sempre houve amigos e familiares buscando incansavelmente", enfatizam.

Até o momento, não apenas não há vestígios, como também não existem pistas sobre o que poderá ter acontecido com Felicia em uma pequena cidade onde todos se conhecem.

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Tania Costa

(La Habana, 1973) vive na Espanha. Dirigiu o jornal espanhol El Faro de Melilla e a FaroTV Melilla. Foi chefe da edição de Murcia do 20 minutos e assessora de Comunicação da Vice-Presidência do Governo de Murcia (Espanha)

Tania Costa

Tania Costa

(La Habana, 1973) vive na Espanha. Dirigiu o jornal espanhol El Faro de Melilla e a FaroTV Melilla. Foi chefe da edição murciana do 20 minutos e assessora de Comunicação da Vice-presidência do Governo da Região de Múrcia (Espanha)