Villa Clara encerrará o ano de 2024 com uma taxa de mortalidade infantil superior à registrada no ano passado, alcançando 4,7 por cada mil nascidos vivos, de acordo com relatórios do Programa de Atenção Materno Infantil (PAMI).
Esse aumento tem sido atribuído, em grande parte, a um incremento nos casos de defeitos congênitos, que representam uma preocupação significativa para as autoridades de saúde e para a população.
De acordo com dados fornecidos pelo canal estatal Telecubanacán, a província reporta até novembro de 2024 uma taxa de mortalidade por malformações congênitas de 1,0 para cada mil nascidos vivos, equivalente a quatro óbitos.
Esse número duplica os óbitos registrados no mesmo período do ano passado, quando a taxa era de 0,4 por mil nascidos vivos, com apenas dois falecimentos.
Além disso, a prevalência de malformações congênitas aumentou consideravelmente, passando de 23,0 por mil nascidos em 2023 para 31,0 no ano atual.
Entre as anomalias mais frequentes estão os defeitos do sistema nervoso central, do aparelho digestivo e as malformações cardiovasculares.
A doutora Liset Caridad Ofarrill, especialista em genética e diretora do Centro Provincial de Genética em Villa Clara, detalhou que entre os defeitos mais comuns estão as hidrocefalias, microcefalias, defeitos do tubo neural e anomalias digestivas como a estenose yeyunoileal, atresia esofágica e intestinal, além de malformações cardiovasculares específicas.
A especialista apontou que as causas dessas malformações são multifatoriais, combinando condições genéticas e ambientais.
Entre os fatores ambientais, citou as infecções por vírus, como o citomegalovírus, toxoplasma, varicela e, mais recentemente, o vírus Oropouche. Este último, de acordo com estudos realizados em países da América, como o Brasil, tem sido associado a defeitos congênitos no sistema nervoso central devido a infecções materno-fetais.
Com relação ao impacto do vírus Oropouche, Villa Clara registrou um caso confirmado de malformação cardíaca em um feto, decorrente da contaminação da mãe por este vírus. A situação resultou na interrupção da gravidez.
Outros fatores de risco incluem o consumo de drogas, álcool, cigarros, certos medicamentos, a exposição a temperaturas elevadas ou febre persistente, e o contato com produtos químicos tóxicos, como inseticidas.
Como medidas preventivas, a doutora Ofarrill enfatizou a importância de consumir ácido fólico pelo menos três meses antes da concepção, evitar gravidezes na adolescência ou após os 35 anos, e reduzir a exposição a fatores de risco modificáveis, como drogas e ambientes tóxicos.
Contexto demográfico e desafios adicionais
A situação demográfica de Villa Clara apresentou tendências preocupantes nos últimos anos. Em 2021, a província registrou mais óbitos do que nascimentos, com 6.157 nascimentos e 14.613 mortes, marcando um decréscimo populacional significativo.
Além disso, a província enfrenta desafios relacionados ao envelhecimento da população e à baixa natalidade, fatores que complicam ainda mais o panorama de saúde pública e demografia na região.
Esses fatores demográficos, aliados ao aumento de malformações congênitas e à mortalidade infantil, destacam a necessidade de estratégias integradas que abordem tanto a saúde materno-infantil quanto os desafios demográficos em Villa Clara.
Perguntas frequentes sobre o aumento da mortalidade infantil em Villa Clara e sua relação com as malformações congênitas.
Qual é a taxa de mortalidade infantil em Villa Clara em 2024?
A taxa de mortalidade infantil em Villa Clara em 2024 é de 4,7 para cada mil nascidos vivos. Esse número representa um aumento em relação ao ano anterior e está amplamente associado ao crescimento dos casos de defeitos congênitos.
Quais fatores contribuem para o aumento dos defeitos congênitos em Villa Clara?
Os fatores que contribuem para o aumento dos defeitos congênitos em Villa Clara são multifatoriais. Incluem condições genéticas e ambientais, como infecções maternas por vírus (citomegalovírus, toxoplasmose, varicela e Oropouche), o consumo de drogas, álcool, cigarros, certos medicamentos e a exposição a produtos químicos tóxicos.
Quais medidas preventivas são recomendadas para reduzir os defeitos congênitos?
As medidas preventivas recomendadas incluem o consumo de ácido fólico pelo menos três meses antes da concepção, evitar gravidezes na adolescência ou após os 35 anos, e reduzir a exposição a fatores de risco como drogas e ambientes tóxicos.
Como o vírus Oropouche influencia os defeitos congênitos em Villa Clara?
O vírus Oropouche tem sido associado a malformações congênitas do sistema nervoso central devido a infecções materno-fetais. Em Villa Clara, foi registrado um caso de malformação cardíaca em um feto, resultante do contágio da mãe com este vírus.
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