EUA condena morte de preso político em Cuba e exige a libertação dos detidos

Os Estados Unidos condemnaram a morte de Manuel Guillén Esplugas, prisioneiro político cubano condenado por gravar protestos do 11 de Julho, e denunciaram torturas, exigindo a libertação imediata de todos os presos políticos em Cuba.

Brian A. Nichols © Twitter / Brian A. Nichols
Brian A. NicholsFoto © Twitter / Brian A. Nichols

O subsecretário de Estado dos Estados Unidos para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Brian A. Nichols, se pronunciou nesta segunda-feira sobre a morte do preso político cubano Manuel de Jesús Guillén Esplugas, que cumpria uma pena de seis anos por gravar e publicar vídeos das protestas de 11 de julho de 2021 (11J).

Em uma mensagem publicada na rede social X, Nichols lamentou a notícia, classificando-a de "trágica" e ressaltando as denúncias de tortura como parte das circunstâncias que cercaram o falecimento do jovem em uma prisão cubana.

"Há mais de três anos, Manuel de Jesús Guillén Esplugas foi condenado a seis anos de prisão pelo simples ato de gravar e publicar vídeos das protestas do 11J. Infelizmente, hoje soubemos de sua morte em uma prisão cubana, em meio a relatos de tortura", escreveu.

O alto funcionário também denunciou uma “tendência alarmante” de maltrato a presos políticos por parte das autoridades cubanas nas últimas semanas, mencionando especificamente as agressões físicas sofridas por José Daniel Ferrer, outro destacado opositor cubano detido.

"Manuel deveria estar vivo, e os demais presos políticos devem ser liberados de imediato", acrescentou Nichols, reiterando o apelo dos Estados Unidos pela libertação dos detidos por razões políticas em Cuba.

Conforme as horas passam, cresce nas redes sociais o repúdio pelo assassinato na prisão do jovem, que também era bisneto do Poeta Nacional de Cuba, Nicolás Guillén.

O regime informou à família que o jovem tirou a própria vida, algo que Yan Franco Esplugas, que se identificou nas redes como primo do jovem falecido, negou de forma veemente.

O regime cubano mantém encarceradas 554 pessoas por participarem das protestas antigovenamentais de julho de 2021 em dezenas de cidades e vilarejos de Cuba, as maiores já registradas no país, informou recentemente a organização independente Justiça 11J.

No seu terceiro relatório anual “Outro ano sem justiça”, referente a 2024, a organização não governamental revelou que 1.586 pessoas foram detidas por se manifestarem na explosão popular do 11J, das quais 554 - 35% - ainda estão na prisão três anos depois, “com penas confirmadas após a apelação que se estendem por mais de 20 anos de privação de liberdade”.

Perguntas frequentes sobre o assassinato de Manuel de Jesús Guillén e a repressão em Cuba.

Quem era Manuel de Jesús Guillén Esplugas?

Manuel de Jesús Guillén Esplugas era um preso político cubano, membro da União Patriótica de Cuba (UNPACU) e promotor do Cuba Decide. Ele participou das protestas de 11 de julho de 2021 e estava confinado na prisão Combinado del Este em Havana. Seu assassinato foi denunciado em circunstâncias não esclarecidas pelas autoridades, o que gerou indignação e protestos por parte de ativistas e opositores cubanos.

O que se sabe sobre as condições dos presos políticos em Cuba?

As condições dos presos políticos em Cuba são alarmantes, com denúncias de torturas, tratamentos cruéis e desumanos, e falta de atenção médica adequada. Relatórios indicam que as prisões cubanas apresentam severas carências em alimentos e produtos de higiene, o que contribui para um estado de saúde deplorável entre os detidos. Ativistas e organismos internacionais têm exigido melhorias nas condições prisionais e a libertação dos presos políticos.

Como tem reagido a comunidade internacional diante da repressão em Cuba?

A comunidade internacional tem demonstrado preocupação com a repressão em Cuba, com apelos de figuras políticas e organizações de direitos humanos para que cessem as detenções arbitrárias e que os presos políticos sejam libertados. O secretário adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos e eurodeputados têm solicitado sanções e ações concretas contra o governo cubano.

Qual é a situação atual de José Daniel Ferrer, líder da UNPACU?

José Daniel Ferrer, líder da UNPACU, continua encarcerado em condições consideradas cruéis e desumanas. Ele tem sido vítima de agressões e seu estado de saúde está deteriorado, o que gerou preocupações de sua família e da comunidade internacional. Apesar disso, Ferrer mantém seu compromisso com a luta pela liberdade e pelos direitos humanos em Cuba.

O que os familiares dos presos políticos denunciaram sobre o tratamento que recebem?

Os familiares dos presos políticos em Cuba denunciaram o tratamento desumano e as condições degradantes às quais seus entes queridos são submetidos. Há relatos de torturas físicas e psicológicas, falta de atendimento médico e severas restrições ao contato com suas famílias, o que agrava sua situação de saúde e bem-estar. Essas denúncias buscam gerar pressão internacional para melhorar as condições dos presos e alcançar sua libertação.

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