O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta terça-feira que Israel e o Hezbollah, a milícia libanesa apoiada pelo Irã, chegaram a um acordo de cessar-fogo após negociações conduzidas pela Casa Branca.
O acordo, que busca pôr fim a meses de tensões e combates na fronteira entre Israel e Líbano, entrará em vigor às 4:00 da manhã, horário local.
“Este cessar-fogo está destinado a ser permanente”, declarou Biden, que destacou os esforços diplomáticos de sua administração em meio a um conflito que deixou milhares de mortos e deslocou mais de um milhão de pessoas na região.
O Gabinete de Segurança de Israel aprovou a proposta com 10 votos a favor e um contra. No entanto, o governo israelense advertiu que se reserva o direito de agir diante de qualquer ameaça à sua segurança.
Em um discurso televisionado, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou: “Responderemos com firmeza a qualquer violação do acordo por parte do Hezbollah. Este cessar-fogo nos permitirá nos concentrar em outras ameaças estratégicas, como a iraniana.”
O pacto estabelece que as forças israelenses se retirarão do território libanês em um prazo de 60 dias, enquanto o Hezbollah se replegará ao norte do rio Litani.
Cerca de 5.000 soldados do exército libanês ocuparão o sul do país, embora essa força não esteja oficialmente envolvida no conflito.
Este acordo chega em um contexto de crescente violência, com ataques recentes que causaram graves perdas humanas e materiais de ambas as partes.
O Hezbollah lançou mais de 200 foguetes contra Israel no domingo, enquanto bombardeios israelenses mataram pelo menos 31 pessoas em Beirute e Tiro na segunda-feira.
Desde o início dos confrontos em outubro de 2023, mais de 3.500 pessoas morreram no Líbano e cerca de 1,2 milhão foram deslocadas, segundo o Ministério da Saúde libanês.
Israel, por sua vez, perdeu 90 soldados e 50 civis, além de ter 60.000 habitantes do norte fora de suas casas.
Embora o acordo de cessar-fogo represente um passo significativo rumo à estabilidade na fronteira norte de Israel, ele não abrange a crise humanitária em Gaza nem as negociações para a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas.
O anúncio de Biden reforça a posição dos Estados Unidos como mediador chave no Oriente Médio, embora persistam desafios na implementação do acordo e na busca por uma solução mais ampla para a região.
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