Liberdade: Um dos desejos mais escritos em uma obra da Bienal de Havana

Na XV Bienal de Havana, a obra "Nuvem de Madeira" do escultor Martin Steinert reflete as aspirações de muitos cubanos. A palavra "Liberdade" se repete em um contexto de desafios sociais.

Nube de madera, obra de Martin Steinert en Bienal de la Habana, 2024 © CiberCuba
Nuvem de madeira, obra de Martin Steinert na Bienal de Havana, 2024.Foto © CiberCuba

A Plaza Vieja de Havana abriga atualmente uma das obras mais interativas e simbólicas da XV Bienal de Havana. Trata-se de "Nuvem de Madeira - A Arquitetura dos Desejos", do escultor alemão Martin Steinert.

Esta estrutura composta por ripas de madeira entrelaçadas captura olhares por sua complexidade arquitetônica e se tornou uma tela para as aspirações, inquietações e esperanças dos cubanos que a visitam.

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Nos listões lêem-se mensagens que refletem uma ampla gama de emoções e pensamentos. No entanto, um dos desejos mais repetidos é "Liberdade", uma palavra que ressoa fortemente no contexto de uma Cuba enfrentando desafios econômicos, sociais e políticos.

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Outras inscrições incluem frases como "Que Cuba volte a sorrir", "Luz para Cuba", "Comer", "Uma Cuba Livre", "Desejo ser milionário", "Uma viagem", "Amor e paz". Essas mensagens revelam um mosaico de preocupações diárias e sonhos coletivos.

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A obra estará em exibição até 28 de fevereiro de 2025. Convida a contemplar sua complexidade estrutural e a participar de seu significado, oferecendo ao público um espaço para se expressar.

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Segundo Steinert, "Nube de madeira" busca materializar os desejos em um espaço físico, tornando-se uma ponte entre a arte e a vida cotidiana.

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A Bienal de Havana, sob o lema "Horizontes compartilhados", busca se estabelecer como um evento de grande relevância cultural.

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No entanto, em meio a esta celebração artística, não se podem ignorar as tensões que permeiam a realidade cubana. As expressões daqueles que interagem com a obra de Steinert são uma demonstração de como a arte pode ser um reflexo e, ao mesmo tempo, uma válvula de escape para a sociedade.

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A Bienal pretende projetar uma imagem de dinamismo e abertura cultural, mas as vozes inscritas na "Nuvem de madeira" questionam a narrativa oficial.

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Em um país onde as expressões públicas frequentemente são restritivas, esta obra se transforma em um espaço singular onde os pensamentos individuais emergem com uma honestidade que raramente encontra eco em outros fóruns.

A obra de Steinert nos lembra que o verdadeiro poder da arte reside em sua capacidade de conectar-se com as pessoas e oferecer uma plataforma para que elas sejam ouvidas, em seus próprios termos.

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