
La multinacional hotelera española Barceló negó que en Cuba exista escasez de alimentos y, para demostrarlo, publicó imágenes de su oferta gastronómica en el restaurante del resort Solymar de Varadero.
“Escassez em Cuba? Não neste momento”, disse um participante anônimo no grupo do Facebook Barceló Solymar - Occidental Arenas Blancas, criado por Alejandro Florat, gerente de comunidade do Grupo Barceló na Ilha.
Sua publicação, negando o que constitui uma evidência reconhecida até pelo próprio regime cubano e por organismos internacionais como a ONU, compartilhou fotografias da bem abastecida oferta gastronômica de seu hotel em Varadero.
A julgar pelas imagens, a mesa de bufê do resort Solymar - Occidental Arenas Blancas foi preparada para receber um grupo de hóspedes vindos do Canadá, já que os pratos e o local estavam decorados com bandeiras desse país.
No final de junho, um turista canadense que passou duas semanas nesse complexo hoteleiro qualificou sua estadia como “a pior experiência de sua vida”.
Joe Eastcott, residente da cidade canadense de Surrey, relatou no mencionado grupo do Facebook sua experiência e compartilhou fotos que mostravam o alto grau de deterioração das instalações e a péssima qualidade da comida.
Suas queixas se somaram às de centenas de turistas dessa nacionalidade que, nos últimos anos, expressaram sua decepção com as instalações hoteleiras em Cuba, chegando até a dominar as manchetes de meios internacionais.
Entre os principais comentários feitos pelos turistas canadenses que viajam para Cuba estão aqueles relacionados à escassez e à má qualidade dos alimentos oferecidos nos hotéis. O Canadá, principal emissor de turistas para a Ilha, tem observado nos últimos anos um significativo declínio de viajantes e agências interessadas em Cuba como destino de férias.
Recentemente, Samantha Taylor, diretora de marketing do Sunwing Vacations Group, uma proeminente agência de viagens canadense, informou que decidiram retirar 26 hotéis cubanos de seu catálogo de ofertas devido a problemas de qualidade identificados em feedback dos clientes.
Em vez de Cuba, a agência de viagens canadense decidiu promover destinos alternativos na República Dominicana, Bahamas, Honduras e Colômbia, buscando garantir uma experiência mais satisfatória para os turistas.
“Como é um hotel de cinco estrelas em Cuba? Como é um hotel de três estrelas? O que vemos nos comentários de nossos clientes é que os canadenses desejam certa transparência no que recebem. Eles não querem surpresas”, explicou Taylor.
Além disso, reconheceu que a crise energética que o país enfrenta tem impactado as opiniões de seus clientes, muitos dos quais têm sido surpreendidos pelos apagões, inclusive nos próprios hotéis onde se hospedam.
Taylor admitió que estos eventos pueden influir en la confianza de los consumidores. “Cuba ha experimentado cierta volatilidad en las últimas semanas y eso puede afectar la confianza de los consumidores”, afirmó.
Hotéis e Resorts Barcelódecidiu em fevereiro de 2011 unificar duas de suas instalaçõespara formar o complexo hoteleiro Barceló Arenas Blancas-Solymar, com 883 quartos operados sob o regime de tudo incluído.
Em junho de 2019, o Grupo Barceló foi incluído em uma ação coletiva de famílias cubano-americanas que, com base na Lei Helms-Burton, solicitaram, em tribunais estadunidenses, indenizações de companhias hoteleiras da Espanha, França e Canadá.
Entre os casos litigados destacou-se o do herdeiro Diego Trinidad, que reivindicou compensação ao grupo espanhol pelo Hotel Barceló Solymar de Varadero, construído sobre a propriedade de Diego Cosme Trinidad Valdés, proprietário de terrenos e da companhia tabacalera Trinidad y Hermanos.
Dedicado ao setor turístico desde sua fundação em 1931, atualmente o Grupo Barceló conta com uma divisão hoteleira e uma divisão de viagens que o torna uma das empresas mais importantes do setor no mundo. Sua atividade principal se concentra na Europa, América e Norte da África, contando com 300 hotéis em 28 países e 1643 agências de viagens em três continentes.
No entanto, a presença da Barceló em Cuba diminuiu ao longo dos anos. Se em 2010 o grupo contava com seis instalações sob sua gestão - Barceló Arenas Blancas, Barceló Solymar (fundidos em 2011 no resort Solymar - Arenas Blancas), Barceló Marina Palace, Barceló Cayo Libertad, Barceló Cayo Santa María e Barceló Habana Ciudad - atualmente, mantém apenas o resort de Varadero.
Nesta quarta-feira, a gerência do único resort da Barceló em Cuba ousou negar a dolorosa existência de uma grave escassez de alimentos na Ilha, publicando em suas redes sociais imagens de iguarias das quais o povo cubano nem mesmo conhece a existência.
Perguntas frequentes sobre a situação alimentar e hoteleira em Cuba
É verdade que há escassez de alimentos em Cuba?
Apesar das declarações do Grupo Barceló de que não há escassez de alimentos, há evidências contundentes do contrário. Organismos internacionais e depoimentos de turistas têm denunciado a falta de produtos básicos. Além disso, o Observatório Cubano de Direitos Humanos relata que 89% das famílias cubanas vivem em pobreza extrema, o que agrava a situação alimentar na ilha.
Como são as condições nos hotéis de Varadero?
As condições nos hotéis de Varadero têm sido alvo de inúmeras críticas. Turistas relataram o deterioro nas instalações e a baixa qualidade da comida. Alguns chegaram a classificar a sua estadia como a pior experiência de suas vidas, o que resultou em uma diminuição do interesse por parte de agências de viagens internacionais.
O que o governo cubano tem feito diante da crise alimentar?
O governo cubano tem sido criticado por seu foco em eventos turísticos e gastronômicos, como o Festival Varadero Gourmet, em vez de lidar com a crise alimentar. Esses eventos contrastam fortemente com a realidade de escassez que a população cubana enfrenta.
Como a situação está afetando a indústria turística em Cuba?
A crise alimentar e energética impactou negativamente a indústria turística de Cuba. O declínio na qualidade dos serviços hoteleiros e as más experiências dos turistas levaram agências de viagens a retirar hotéis cubanos de seus catálogos. Isso resultou em uma diminuição do número de turistas, especialmente do Canadá, que é um dos principais mercados turísticos da ilha.
Quais alternativas as agências de viagens estão buscando diante da situação em Cuba?
Agências de viagens começaram a promover outros destinos em vez de Cuba devido às reclamações sobre a qualidade da experiência turística na ilha. Destinos como República Dominicana, Bahamas, Honduras e Colômbia estão sendo considerados como alternativas mais confiáveis e satisfatórias para os turistas.
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