Um enfermeiro de Havana anunciou que deixa sua profissão, apesar de gostar muito, porque não é possível viver dela.
Richard Gutiérrez, que segundo as informações de suas redes sociais trabalhou no policlínico Raúl Gómez García, do município 10 de Outubro, e no Hospital La Dependiente, do Cerro, afirmou que aqueles anos foram os mais belos de sua vida.
Apesar de amar sua carreira, o jovem decidiu começar a exercer uma nova profissão.
"Começo este novo caminho de empreendedorismo, sobretudo pessoal. (...) Decisões tristes, mas necessárias", lamentou em seu mural do Facebook.
"Você não mudou. Você evolui", sentenciou.
Richard agradeceu o apoio que recebeu de familiares e amigos.
"Cuba, país onde você tem que deixar sua profissão para inventar, país onde você é mal pago até a..., onde com o título você pode fazer um barquinho de papel, onde seu jaleco como profissional de saúde não vale nada...", comentou seu amigo Eros Ariel em outro post.
São muitos os trabalhadores do setor de saúde cubano que, desencantados e frustrados, abandonam sua profissão em busca de empregos melhor remunerados ou com melhores condições de trabalho.
Recentemente ficou conhecido o caso de um jovem médico que, com apenas três anos de formado, deixou de exercer a profissão devido à situação degradante da saúde pública no país.
Yoelvis Estanquero Oliva, originário de Güines, Mayabeque, afirmou que entre as razões que o levaram a tomar uma decisão tão drástica estão "a situação denigrante, a falta de recursos e o controle sobre os doentes".
Em 2023, Diayulise Sori, uma enfermeira de 41 anos, anunciou que deixava sua profissão após 19 anos de trabalho para se aventurar em um mundo profissional totalmente desconhecido.
"Somente peço a Deus que me dê sabedoria e entendimento para desempenhar o novo trabalho com a mesma dedicação, amor e sacrifício com que cuidei dos meus pacientes por 19 anos!. Hoje deixo de exercer, mas jamais perderei o amor e a entrega da enfermeira que carrego dentro de mim," sentenciou no Facebook.
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