O Viaduto La Farola receberá sua primeira reforma estrutural em seis décadas

É a primeira reforma capital após 59 anos de uso.

Viaducto La Farola © Eduardo Rodríguez Ávila / Facebook
Viaduto La FarolaFoto © Eduardo Rodríguez Ávila / Facebook

Considerado uma das sete maravilhas da engenharia civil cubana, o viaduto La Farola passará pela sua primeira recuperação completa após 59 anos de uso, agravados recentemente pelo impacto do furacão Oscar e pelas chuvas subsequentes, informou o portal oficial Cubadebate.

O fenômeno meteorológico provocou graves danos na majestosa via, incluindo deslizamentos, afundamentos do terreno e danos estruturais, agravados pelo tráfego de equipamentos pesados em direção a Baracoa. Essas circunstâncias levaram a uma rápida intervenção de construtores de várias províncias para garantir a circulação de veículos, destacou o jornal.

O Ministro de Transporte, Eduardo Rodríguez Ávila, havia informado que estava sendo elaborado um parecer técnico com equipamentos (drones, sensores, etc.) para a avaliação das possíveis lesões, e que seria projetado o cronograma de diagnóstico e proposta de soluções. Para isso, foi imposta uma restrição de trânsito no viaduto para veículos de até 30 toneladas.

Esse diagnóstico integral é responsabilidade de especialistas da Empresa de Serviços de Engenharia e Design (Vértice), de Holguín, que alertaram que a intervenção será de grande complexidade devido à magnitude dos problemas, às condições íngremes do terreno e aos requisitos técnicos.

Enquanto se completa este diagnóstico, previsto para o final de dezembro, avançar-se-á em tarefas menos complexas, como a reparação do trecho de Cagüeybaje, que já conta com projeto aprovado, informou o regime cubano.

O vice-governador Carlos Martínez Turro afirmou que são necessários cerca de 40 equipamentos pesados, incluindo caminhões e bulldozer, muitos dos quais estão parados devido à falta de pneus, baterias e lubrificantes. Além disso, será limitado o tráfego de veículos de carga pesada pelo viaduto, redirecionando-os para rotas alternativas como os corredores Guantánamo-Sagua-Moa-Baracoa e Cajobabo-La Máquina-Baracoa.

Por La Farola circula 96% das pessoas e 83% das mercadorias que entram ou saem de Baracoa, o que destaca sua relevância estratégica para a economia e o transporte na região oriental.

O viaduto, projetado pelo engenheiro Maximiliano Isoba e construído entre 1964 e 1965, é uma obra icônica do regime cubano, reconhecida por suas soluções técnicas e sua majestade.

Para minimizar os efeitos da obra, estão sendo reabilitados trechos das rotas alternadas, incluindo a via Moa-Baracoa e a ponte de Yumurí, esta última com limitações atuais que requerem atenção urgente.

O Centro Provincial de Vialidade liderará o investimento na reparação capital, e será formada novamente uma brigada permanente de manutenção para garantir a conservação desta importante via, explicou o Cubadebate.

O regime assegura que busca devolver a plena operatividade à La Farola, garantindo sua funcionalidade e reduzindo sua vulnerabilidade diante de futuros eventos climáticos.

No entanto, seu abandono por quase sessenta anos recorda que esta importante obra de engenharia civil também não escapou à desídia governamental e à falta de investimento nas estradas da ilha. Em 2019, o Ministério dos Transportes reconheceu que mais de 75% das estradas em Cuba estavam em estado regular ou ruim, e as denúncias frequentes nas redes indicam que esse número aumentou desde então.

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