Obter asilo no México permite aos migrantes, incluindo muitos cubanos, acessar benefícios essenciais como documentos oficiais (CURP e RFC), emprego formal e serviços de saúde, o que os leva a optar por se estabelecer lá e descartar o trajeto irregular para os Estados Unidos.
Lisandra, uma cubana que solicitou asilo no México, reflete essa mudança de mentalidade: “Não, eu de forma alguma quero ir para lá (Estados Unidos). Não tenho nada a fazer lá. Na verdade, não tenho família nos Estados Unidos. Cheguei até aqui e aqui vou ficar”, relatou a UnoTV.
Como muitos outros, Lisandra reconhece as oportunidades que o México lhe oferece para construir uma nova vida sem a incerteza do caminho para o norte.
Essa mudança nas rotas migratórias se reflete nos dados da Comissão Mexicana de Ajuda a Refugiados (COMAR), que informou à UnoTV ter recebido mais de 66.000 solicitações de asilo entre janeiro e outubro de 2024, sendo os cubanos, hondurenhos e haitianos os principais solicitantes.
Estas cifras destacam o crescente interesse dos migrantes em se estabelecer legalmente no México, motivados pela possibilidade de acessar direitos e serviços fundamentais.
A COMAR oferece aos solicitantes de refúgio uma alternativa para se integrarem à sociedade mexicana, desde que apresentem seu pedido dentro dos primeiros 30 dias após sua entrada no país.
Este processo inclui a entrega de um documento explicando os motivos para solicitar asilo. Se aprovado, os migrantes podem trabalhar legalmente, inscrever-se no sistema de saúde e obter benefícios que lhes permitem construir uma vida estável e segura.
A decisão de muitos cubanos, como Lisandra, de permanecer no México também está relacionada aos crescentes desafios para migrar para os Estados Unidos, incluindo as rigorosas políticas migratórias e os perigos da viagem.
Em contraste, o México oferece uma opção mais acessível para aqueles que buscam recomeçar suas vidas longe da incerteza que enfrentam em seus países de origem.
O presidente eleito Donald Trump reafirmou sua intenção de implementar uma política de deportações em massa nos Estados Unidos, assegurando que essas declarações provocaram, segundo suas próprias palavras, a “desintegração” das caravanas de migrantes que se dirigiam ao seu país.
Trump anunciou nesta segunda-feira que pretende declarar uma emergência nacional e empregar as forças armadas para implementar seu plano de deportações em massa.
Além disso, o republicano manifestou sua decisão de implementar um plano migratório que restrinja significativamente a entrada de migrantes nos Estados Unidos, incluindo a eliminação do programa de parole humanitário para cubanos, venezuelanos, nicaraguenses e haitianos, e do sistema de agendamento do aplicativo móvel CBP One.
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