O ator espanhol e simpatizante do regime cubano, Willy Toledo, voltou a atacar o casal de artistas formado pela cantora, produtora e atriz espanhola Beatriz Luengo e seu marido, o músico e cantor cubano Yotuel Romero.
O desentendimento entre eles começou com uma publicação nas redes sociais de Toledo, que criticou duramente o casal após a estreia do documentário Patria y Vida na televisão espanhola, um evento que incomodou o ator devido à denúncia da ditadura e da repressão em Cuba feita pelo filme.
“Entre o que conta (tudo mentira) e o que não (oculta que sua família em Cuba o repudiou por ser um 'gusano'), esse tal Yotuel é o paradigma do sujeito que venderia seu filho por três moedas. Ou sua população: há anos pede para endurecer o bloqueio contra aqueles a quem diz defender”, disse Toledo na última quinta-feira.
As declarações do ator provocaram dor e indignação em Beatriz, que, por meio de suas redes sociais, respondeu a Toledo como mãe e ativista pela liberdade de Cuba. Além disso, vários artistas espanhóis e cubanos se solidarizaram com o casal ofendido por Toledo.
“É aberrante que você use meu filho (menor de idade) para insultar meu marido. Ser capaz de dizer algo tão forte como que meu marido 'o venderia por 3 moedas' e o pior é que os meios de comunicação do meu país repercutam isso. Como mãe, me sinto desprotegida e surpresa que uma pessoa tão insensata tenha voz”, respondeu Beatriz no X, informando também que havia feito uma denúncia contra ele.
Sem se cortar, o paladino da ditadura cubana respondeu no sábado a Beatriz pela mesma via, com um tuíte em que desprezou e zombou do anúncio das ações legais tomadas por Beatriz.
“Suas ameaças podem ser úteis entre a escória fascista da qual o impedido intelectual do seu maridinho e você se rodeiam em Miami. Comigo, você foi longe demais. Será um prazer dizer na sua cara (a você e ao verme do Yotuel) o nojo que me causa gente como vocês”, respondeu Toledo, sem se referir às acusações de Beatriz sobre mencionar seu filho menor de idade em sua mensagem repleta de ódio.
Sem poupar nos insultos ("lixo fascista, impotente intelectual, maridinho, gusano, gentinha"), o ator espanhol redobrou sua carga contra os artistas e ativistas pelos direitos e liberdades do povo cubano, mostrando seu desprezo por eles e pela ação da justiça neste caso.
Não é a primeira vez que Toledo se dedica a insultar os cubanos que não apoiam o regime totalitário de Havana.
Em agosto de 2016, sua "reflexão" sobre a medalha de prata conquistada nos Jogos Olímpicos do Rio pelo barreirista de origem cubana (nacionalizado espanhol) Orlando Ortega gerou bastante repercussão, ao qual também se referiu como "gusano".
Após terminar sua corrida de 110 metros com barreiras, o atleta procurou uma bandeira de seu país anfitrião para celebrar o resultado. Embora lhe tenham oferecido uma bandeira cubana, ele ignorou: “Não vi nenhuma bandeira espanhola no estádio”, explicou depois a um jornalista durante uma entrevista.
Finalmente, ofereceram-lhe uma bandeira espanhola e, com ela, apresentou-se, feliz e emocionado, diante da imprensa do estádio olímpico brasileiro. A Toledo não agradou sua decisão e direcionou seus canhões contra Ortega.
"É um 'gusano', mas também um homem pobre, por isso não lhe desejo de forma alguma todo o mal que essa Espanha miserável e suas miseráveis 'autoridades' já se encarregarão de fazer quando ele deixar de ganhar medalhas. Esquece que Roma não paga traidores, algo que todo cubano deveria ter sempre em mente," disse Toledo sobre o atleta cubano-espanhol.
Suas palavras provocaram uma avalanche de comentários de usuários que censuraram o espanhol por sua falta de conhecimento sobre a realidade de Cuba e pela virulência de suas palavras, sempre impulsionadas por seu fanatismo ideológico e seu ódio contra os cubanos que rejeitam a ditadura. Toledo afirmou sentir-se linchado.
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