Os restos da reconhecida e lembrada atriz Broselianda Hernández já descansam em Cuba, conforme foi divulgado nas redes sociais.
Jorge Enrique Fernández Falcón, cunhado da atriz, foi quem confirmou a notícia, agradecendo ao seu irmão e viúvo de Hernández, José Alberto Fernández Falcón.
“Obrigado, querido irmão, por tanta força, tanto amor e grandeza para com a sua amada Brosse... Chegaram em paz à terra que a viu nascer, crescer e se tornar grande no que mais sabia fazer: atuar”, escreveu Fernández Falcón.
O corpo de Broselianda foi encontrado em 18 de novembro de 2020 em uma praia de North Miami Beach. Ela tinha 56 anos no momento do falecimento.
O relatório da autópsia, realizado pelo Departamento de Medicina Legal do Condado de Miami-Dade, revelou que Broselianda morreu afogada e indicou o suicídio como a causa provável do falecimento.
No mesmo lugar onde a encontraram afogada, foi erguido um belo altar dias após seu falecimento para lhe prestar homenagem, com uma foto sua e montes de rosas vermelhas enterradas na areia, às quais se somaram as dezenas oferecidas pelos presentes.
Broselianda irrompeu com força no mundo teatral cubano no final da década de 1980. Desde o primeiro momento, destacou-se por sua expressividade impressionante e pela facilidade com que se transformava em seus personagens.
Nasceu em agosto de 1964 em Havana, fruto do amor entre o ator Rolen Hernández e a crítica, historiadora e professora Rosa Ileana Boudet. Em 1987, formou-se com honras no Instituto Superior de Arte. Lá, teve a sorte de ser aluno de Vicente Revuelta, Isabel Moreno e Miriam Lezcano.
Seu debut nos palcos foi com o teatro Buscón, dirigido por José Antonio Rodríguez; depois levou seu talento a El Público, de Carlos Díaz, onde permaneceu até o final dos anos 90. Nos últimos tempos, participava como atriz convidada no grupo de teatro Buendía, de Flora Lauten.
Com Quando a água retorna à terra, de 1994, Broselianda chegou a todas as casas de Cuba, com apenas 26 anos. E veio para ficar.
Inesquecível e marcante é também seu papel secundário na minissérie Doble Juego, dirigida por Rudy Mora em 2002. Nela, deu vida à mãe alcoólatra de Isabel e protagonizou uma das cenas mais impactantes da produção televisiva, na qual agride impiedosamente a filha.
Na tela grande, Broselianda nadou como peixe na água. Bairro Cuba, de Humberto Solás, lhe rendeu o prêmio do Festival de Cinema de Providence.
Broselianda navegou por Cosas que dejé en La Habana, Las profecías de Amanda, Una rosa de Francia, Mata, que Dios perdona, La Anunciación. Em Nada, de Juan Carlos Cremata, teve um papel breve, que foi "muito pequeno, apenas uma pequena cena que não a mostra como a atriz imensa e intensa que era", nas palavras do próprio diretor.
Apesar de seu extenso arsenal, sua interpretação de Leonor Pérez, a mãe de José Martí em El ojo del canario, orquestrada pelo consagrado diretor Fernando Pérez, se destaca na memória dos milhões de espectadores que a apreciaram.
"Não acredito que Leonor tenha sido uma mulher submissa, mas também não creio que ela tenha sido a típica mulher da época. Acredito que em sua vida teve vários conflitos com Mariano...", disse a respeito da estreia do filme.
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