A polícia de Miami oferece detalhes sobre o assassinato de El Taiger: "Temos tudo para alcançar um veredicto de culpabilidade"

A Polícia de Miami afirma ter provas sólidas contra Damián Valdez-Galloso pelo assassinato do reguetonero cubano El Taiger, descartando a alegação de legítima defesa e tortura. O caso continua sob investigação.

Jefe de la policìa / El Taiger © Wikimedia
Chefe de polícia / El TaigerFoto © Wikimedia

O chefe da Polícia de Miami, Manuel A. Morales, forneceu nesta quarta-feira novos detalhes sobre o caso do assassinato do reguetonero cubano José Manuel Carbajal, conhecido como El Taiger, e afirmou que possuem provas suficientes para alcançar um veredicto de culpabilidade contra o suposto assassino.

Em uma coletiva no programa "Encontro Virtual" com a jornalista Gloria Ordaz da Telemundo 51, Morales afirmou que tanto a polícia quanto a Promotoria possuem todas as evidências necessárias para que o acusado, Damián Valdez-Galloso, seja declarado culpado.

Suas declarações respondem às especulações de que a defesa poderia argumentar que o sujeito agiu em legítima defesa.

A respeito, Morales foi categórico ao afirmar que essa hipótese não tem respaldo nas evidências coletadas até agora.

"Não há possibilidade de que se diga que foi em legítima defesa; na Flórida você tem o direito de defender sua casa, mas as evidências não indicam que foi isso que aconteceu, mas sim um assassinato, um crime que não pode ser negado. Estamos certos, nós, os detetives que temos o caso, de que chegaremos a um veredicto de culpabilidade", enfatizou o chefe da polícia.

Morales também destacou que a entrevista inicial com Valdez-Galloso, que ainda não foi divulgada, é fundamental para esclarecer se o assassinato foi um ato de legítima defesa ou se realmente se tratou de um crime premeditado.

"Esta entrevista é muito importante para determinar os detalhes do caso, por isso não tornamos toda a informação pública", argumentou.

Além da entrevista, há dois vídeos e os registros dos celulares que ainda não foram publicados para proteger a investigação, explicou.

Sobre o pedido para que as acusações sejam elevadas para Homicídio em Primeiro Grau, o funcionário destacou que as autoridades ainda não encontraram provas de que o crime tenha sido premeditado, e que as evidências existentes até o momento apoiam a acusação de Homicídio em Segundo Grau.

“A evidência é forte, tanto em vídeo quanto física, e há duas pessoas envolvidas no ocorrido”, explicou Morales, referindo-se ao agressor e à vítima.

Sobre a natureza do assassinato, o chefe da polícia explicou que o disparo que tirou a vida de El Taiger foi direto, à queima-roupa, e que a vítima levou o tiro na testa enquanto olhava para seu assassino.

"O disparo foi feito de frente, o que indica que El Taiger estava cara a cara com seu agressor", destacou Morales.

Além disso, mencionou que uma jovem estava na casa no momento do assassinato, embora tenha afirmado que não participou dos acontecimentos.

A prisão de Valdez-Galloso, que estava foragido desde 3 de outubro, ocorreu na terça-feira em Nova Iorque, onde o suspeito estava hospedado em um albergue sem a ajuda de ninguém, disse Morales.

"Ele estava hospedado em um albergue em Nova York e ninguém o estava ajudando", revelou, assegurando que a captura foi possível graças à colaboração entre as forças policiais de Miami e Nova York.

Morales também desmentiu os rumores que indicavam que El Taiger poderia ter sido torturado antes de morrer, esclarecendo que “não há evidências de que ele tenha sido torturado”. A versão oficial é que o reguetonero foi assassinado e o crime, embora ainda esteja sob investigação, não tem justificativa.

O caso, que tem marcado tanto a comunidade cubana quanto a indústria musical, continua sob investigação.

O reguetonero El Taiger, cujo legado no cubatón o tornou um dos artistas mais influentes da música urbana cubana, foi declarado morto no dia 10 de outubro, sete dias após ter sido encontrado ferido a bala e abandonado por Damián Valdéz-Galloso em frente ao Hospital Jackson Memorial em Miami.

O detido Damián Valdez-Galloso foi transferido para Miami-Dade nesta semana para enfrentar a justiça por este crime, que ocorreu em uma casa que ele alugava em Hialeah.

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