O chefe da Polícia de Miami, Manuel A. Morales, forneceu nesta quarta-feira novos detalhes sobre o caso do assassinato do reguetonero cubano José Manuel Carbajal, conhecido como El Taiger, e afirmou que têm provas suficientes para alcançar um veredicto de culpabilidade contra o suposto assassino.
Em uma aparição no programa "Encuentro virtual" com a jornalista Gloria Ordaz da Telemundo 51, Morales disse que tanto a polícia quanto o Ministério Público têm todas as evidências para que o acusado, Damián Valdez-Galloso, seja declarado culpado.
As suas declarações respondem às especulações de que a defesa poderia argumentar que o sujeito agiu em legítima defesa.
A esse respeito, Morales foi enfático ao afirmar que essa hipótese não tem respaldo nas evidências coletadas até agora.
"Não há possibilidade de alegar que foi em legítima defesa. Na Flórida, você tem o direito de proteger sua casa, mas as evidências não indicam que foi isso que ocorreu; mas sim um assassinato, um crime que não pode ser negado. Estamos confiantes, nós, os detetives responsáveis pelo caso, de que chegaremos a um veredicto de culpabilidade", enfatizou o chefe da polícia.
Morales também destacou que a entrevista inicial com Valdez-Galloso, que ainda não foi divulgada, é fundamental para esclarecer se o assassinato foi um ato de legítima defesa ou se realmente se tratou de um crime premeditado.
"Esta entrevista é muito importante para determinar os detalhes do caso, por isso não tornamos todas as informações públicas", argumentou.
Além da entrevista, há dois vídeos e os registros de celulares que ainda não foram publicados para proteger a investigação, explicou.
Sobre a solicitação para que as acusações sejam elevadas para o nível de Assassinato em Primeiro Grau, o funcionário destacou que as autoridades ainda não encontraram provas de que o crime tenha sido premeditado, e que as evidências existentes até o momento apoiam a acusação de Assassinato em Segundo Grau.
“A evidência é forte, tanto videográfica quanto física, e há duas pessoas envolvidas no fato”, explicou Morales, referindo-se ao agressor e à vítima.
Sobre a natureza do assassinato, o chefe da polícia explicou que o disparo que tirou a vida de El Taiger foi direto, a queima-roupa, e que a vítima recebeu o tiro na testa, olhando para seu assassino.
"O disparo foi feito de frente, o que indica que El Taiger estava cara a cara com seu agressor", apontou Morales.
Além disso, mencionou que uma jovem estava em casa no momento do assassinato, embora tenha afirmado que ela não participou dos eventos.
A prisão de Valdez-Galloso, que estava foragido desde 3 de outubro, aconteceu na terça-feira em Nova York, onde o suspeito estava se hospedando em um albergue sem a ajuda de ninguém, disse Morales.
"Estava hospedado em um albergue em Nova York e ninguém estava ajudando", revelou, assegurando que a captura foi possível graças a uma colaboração entre as forças policiais de Miami e Nova York.
Morales também desmentiu os rumores que apontavam que El Taiger poderia ter sido torturado antes de morrer, esclarecendo que “não há evidência de que ele tenha sido torturado”. A versão oficial é que o reguetonero foi assassinado e o crime, embora ainda sob investigação, não tem justificativa.
O caso, que tem causado grande comoção tanto na comunidade cubana quanto na indústria musical, continua sob investigação.
O reguetonero El Taiger, cujo legado no cubatón o tornou um dos artistas mais influentes da música urbana cubana, foi declarado morto no dia 10 de outubro, sete dias depois de ter sido encontrado ferido a bala e abandonado por Damián Valdéz-Galloso em frente ao Hospital Jackson Memorial em Miami.
O detido Damián Valdez-Galloso foi transferido para Miami-Dade esta semana para responder à justiça por este crime, que ocorreu em uma casa que ele alugava em Hialeah.
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