A Havana continua às escuras: grande parte da cidade está sem eletricidade após o furacão Rafael

Somente 15,1% dos circuitos elétricos foram recuperados. A população está perdendo alimentos e postes e fios continuam no chão.

Destrozos causados por huracán Rafael en La Habana © Prensa Latina
Destruição causada pelo furacão Rafael em Havana.Foto © Prensa Latina

Apesar de o furacão Rafael já ter deixado Cuba, Havana continua às escuras, com grande parte da cidade ainda sem eletricidade.

Uma nota emitida pela Empresa Elétrica esta manhã detalha que dos 337 circuitos de distribuição primária que estão em manutenção, foram percorridos 305, atendendo a 143.468 clientes que pertencem a 50 circuitos.

Oito circuitos de hospitais e dois circuitos de abastecimento de água já estão em funcionamento. "Estamos com 15,1% de recuperação", especifica a mensagem.

Captura do Facebook / Empresa Elétrica de Havana

Por outro lado, foram detectados 90 postes caídos, dos quais 30 pertencem aos municípios Plaza e Cerro.

Na noite de quinta-feira, foi possível iniciar o funcionamento de um microsistema na zona ocidental, o que permitiu a geração de serviços em áreas do Cotorro, San Miguel del Padrón, Guanabacoa, Habana del Este, Regla, Boyeros, Luyanó, La Habana Vieja e Arroyo Naranjo, além de testes estarem sendo realizados no bairro Camilo Cienfuegos e na Villa Panamericana, em Habana del Este.

Captura do Facebook / Empresa Elétrica de Havana

Seis contingentes de Las Tunas, Holguín, Granma, Camagüey, Cienfuegos e Sancti Spíritus estão apoiando a recuperação, mas na maior parte da cidade continuam os árvores caídos, os postes e fios no chão, e o lixo espalhado.

A situação é insustentável para a população, que já está há dois dias sem eletricidade e observa com impotência como os alimentos estão estragando em meio às altas temperaturas.

O advogado Manuel Viera, que tem milhares de seguidores no Facebook devido às suas críticas ao regime, afirmou que o furacão chegou como uma luva para o Sistema Eletroenergético Nacional (SEN), e lembrou que na tarde de terça-feira, quando apenas sopravam os primeiros ventos, o sistema colapsou.

"Já se passaram 48 horas, e a imensa maioria dos habaneros continua sem eletricidade, sem que se veja avanço. Dois dias após o furacão, ainda há galhos de árvores nas ruas e não se vê ninguém recolhendo nada. Junto com a falta de eletricidade, estamos incomunicados e com todos os equipamentos descarregados. Somos, neste momento, um povo desinformado e sem contato com nossos familiares", disse.

Captura do Facebook / Manuel Viera Porelcambio

"Sim, foram fortes os ventos e a chuva de Rafael, mas está se tornando pior o furacão revolucionário que se seguiu. A comida começa a estragar de novo. (...) Ainda aparece algum idiota da sua confortável residência com ar-condicionado para nos dizer que é preciso lutar contra o furacão!", questionou.

Em meio à crise, o ministro de Energia e Minas, Vicente de la O, anunciou nesta sexta-feira que o SEN já está sincronizado.

"Está sendo trabalhado nas províncias ocidentais na instalação de circuitos, levantamento de postes e rede elétrica. Havana começou a receber energia e já conta com 81 MW fornecidos", detalhou em sua conta no Twitter.

Apenas 24 horas antes, no meio do caos causado pelo colapso total do sistema, a Empresa Elétrica de Holguín informou que havia conseguido interconectar os circuitos que fornecem eletricidade a partir de Matanzas.

"Foi possível estabelecer um sistema interconectado entre Matanzas e Holguín, cujas bases fundamentais são a CTE Guiteras, Energás Varadero, a unidade 5 de Nuevitas e a geração distribuída," revelou.

Por sua vez, a União Elétrica anunciou que está trabalhando "para energizar a rede da zona ocidental, a partir da ativação da Energás Boca de Jaruco, para chegar até as centrais flutuantes de Havana e a termoelétrica do Mariel".

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