Apagões programados de quatro e cinco horas em Havana refletem o aumento da crise energética em Cuba.

Este panorama na capital, somado aos apagões previstos para esta quinta-feira e à notícia de que nove unidades termelétricas estão desconectadas do SEN, leva os cubanos a temer que a situação da geração elétrica no país volte a se deteriorar.

Apagón en La Habana (imagen de referencia) © Facebook / José Ortiz Benet
Apagão em Havana (imagem de referência)Foto © Facebook / José Ortiz Benet

Na quinta-feira, 17 de outubro, a União Elétrica de Cuba (UNE) previu apagões de 1.678 MW. No dia seguinte, às 11 horas da manhã, a maior usina termelétrica do país, a Guitera de Matanzas, foi desconectada, e o sistema eletroenergético nacional (SEN) sofreu um colapso total, deixando a Ilha completamente às escuras durante três dias consecutivos.

A partir de então, os cubanos viveram um pesadelo, imersos no caos e na angústia de ficarem sem fornecimento de energia em seus lares. O país paralisou-se, as aulas foram suspensas e todas as atividades laborais não essenciais foram interrompidas, e durante 72 horas todos estiveram atentos à recuperação do SEN, que - até hoje - ainda é incompleta.

Preocupados com a possibilidade de que a escassa comida nos refrigeradores se estragasse, com a interrupção do fornecimento de água, com a recarga de celulares e com a necessidade de se manter informados sobre o avanço do furacão Oscar, além de evitar o impacto de tudo isso em idosos, crianças e doentes, os cubanos viveram uma autêntica angústia.

Captura de tela Facebook / Empresa Elétrica de Havana

Nesta quinta-feira, as alarmes se acenderam novamente ao ser divulgada a informação da UNE anunciando “afetamentos” próximos a 1.600 MW, uma notícia recebida pelos cubanos como um sinal antecipatório de um novo colapso total do SEN que, considerando a experiência recente, pode ser iminente.

Para maior inquietação da população, nesta quinta-feira a Empresa Eléctrica de Havana informou em suas redes sociais sobre a necessidade de "afetar o serviço, por emergência, aos clientes da capital", um percentual privilegiado de cubanos que vive a crise energética desencadeada desde 2019 com menos apagões do que seus conterrâneos.

Enquanto os residentes do Bloco 2 foram informados sobre cortes de energia extraordinários de quatro horas (das 14h às 18h), os dos Blocos 3 e 4 terão uma hora a mais de "afetação" (das 9h às 14h).

Além disso, nesta quinta-feira, os moradores de vários bairros de Havana enfrentarão um apagão de oito horas devido a "ações de manutenção".

Captura de tela Facebook / Empresa Elétrica de Havana

Estas "interrupções programadas" afetarão, das 8h às 16h, os moradores de La Güinera (município de Arroyo Naranjo); Reparto Abel Santamaría (Boyeros); Rua 31 em frente à Unidade Militar 1700, Alberro (Cotorro); Monumental km 13, Reparto Kala Kala (Guanabacoa); Estrada de Justiz, Vía Blanca, Santa Bárbara (Habana del Este); Reparto San Agustín (La Lisa); interior de Cidade Libertad (Marianao); Rua 11, entre 130 e 146, Cubanacán (Playa); Rua 35, Ave. Colón, de 35 a 6, Rua 39, Loma e Bella Vista, de Lombillo a Santa Ana, de Panorama à Avenida Independência (Plaza); e La Rosalía em Miranda e 2ª, San Francisco de Paula (San Miguel del Padrón).

Este panorama na capital, somado aos apagões previstos para esta quinta-feira e à notícia de que nove unidades termoelétricas estão desconectadas do SEN por avarias e manutenções -uma a mais em relação ao dia anterior-, faz temer aos cubanos que a situação da geração elétrica no país volta a se deteriorar.

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