O diplomático Benjamin G. Ziff, encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos em Cuba, concluiu sua missão em Havana e, para se despedir, dedicou um emocionante vídeo no qual relata parte de sua experiência na ilha caribenha.
“Em Cuba vivi momentos inesquecíveis. Deixo a ilha com uma impressão profunda da beleza de Cuba, da beleza do seu povo”, começou dizendo Ziff em um vídeo compartilhado nas redes sociais da missão diplomática americana na capital cubana.
Segundo as declarações do diplomata, estes anos que passou na ilha e, por meio do cargo que ocupava, ajudou a recompor a embaixada, seu pessoal e suas atividades. “Começamos a ampliar nossa relação cultural e artística com o povo”.
Também destacou como um feito de sua gestão o retorno do trâmite de visto de migrante na sede consular em Havana, um pedido de muitos cubanos que desejam emigrar para os Estados Unidos. “Trabalhamos todos os dias para ampliar as vias legais e seguras de migração”, afirmou.
Sobre o setor privado na ilha, indicou que tem sido um trabalho árduo conseguir oferecer oportunidades àqueles que decidem empreender em Cuba. “Nós acreditamos que é a solução para a prosperidade e o futuro do povo cubano”, mencionou.
Ziff assumiu oficialmente o cargo em 14 de julho de 2022, substituindo Timothy Zúñiga-Brown, que concluiu sua missão após atuar na posição desde julho de 2020.
Antes de sua chegada a Havana, sua vasta experiência incluía o cargo de diretor do Grupo de Trabalho sobre Migração do Escritório do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, responsável por coordenar a política e a estratégia de migração hemisférica dessa agência federal até 2021.
No exercício de suas funções na ilha, participou de várias reuniões sobre questões migratórias entre Washington e Havana, em meio a uma das maiores crises desse tipo que Cuba já enfrentou.
Além disso, durante sua gestão, o edifício da embaixada dos Estados Unidos em Havana iniciou uma renovação arquitetônica ao custo de 28 milhões de dólares, após permanecer fechado por quase cinco anos devido ao chamado "Síndrome de Havana". No entanto, a execução enfrentou obstáculos devido a problemas logísticos e tensões políticas com o regime cubano.
"O importante da diplomacia é que não se trata apenas de política, mas também de logística. É preciso ter presença. Você precisa ter pessoas. Você precisa ter um edifício", assegurou Ziff à Reuters na época.
Este ano, o Ministério das Relações Exteriores de Cuba (MINREX) o convocou para consultas, para se queixar das manifestações ocorridas em Santiago de Cuba, como epicentro, e em outras cidades do país, durante o mês de março.
Por essas manifestações, o governo cubano acusou o dos Estados Unidos de estar financiando a mobilização de descontentes e de emitir “mensagens caluniosas… sobre assuntos internos da realidade cubana”.
Ziff foi o décimo sétimo chefe da missão americana em Havana desde sua reabertura em 1977.
O chefe da missão diplomática em Havana não tem o título de embaixador porque o Senado dos Estados Unidos não ratificou a nomeação para esse cargo desde a reabertura da embaixada em 2015. Após a chegada de Biden à Casa Branca, a nomeação de um embaixador em Cuba não tem sido uma prioridade.
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