Em solidariedade às pessoas afetadas pelo furacão Oscar em Guantánamo, ativistas arrecadaram um carregamento de artigos de primeira necessidade doados por cubanos, que será enviado nesta segunda-feira ao território oriental.
A iniciativa da ativista Yamilka Laffita -conhecida como Lara Crofs- inclui ajuda humanitária para os afetados pelo impacto do furacão, que abrange alimentos não perecíveis, roupas, sapatos, medicamentos, produtos de higiene e outros itens, como brinquedos para as crianças.
Este projeto solidário reuniu ativistas e voluntários de Havana, Camagüey e Santiago de Cuba, mobilizando cubanos de dentro e fora do país, que doaram produtos básicos e dinheiro para ajudar a transportar a carga até o destino.
Em uma publicação em suas redes sociais, Laffita informou que um primeiro carregamento sai nesta segunda-feira em direção a Guantánamo e na sexta-feira será enviado outro, aos quais se soma um contêiner com ajuda que já foi despachado para o território e outro envio que o ator Andy Vázquez e sua esposa fizeram, dos Estados Unidos.
Detalhou os artigos que são mais urgentemente necessários e os endereços dos pontos de coleta em La Habana, Camagüey e Santiago de Cuba, que permanecerão ativos até sexta-feira. Além disso, forneceu os números das contas bancárias e sistemas de pagamento eletrônico, como Zelle e Bizum, onde as pessoas podem fazer seus depósitos monetários.
“Qualquer ajuda é importante diante dessa situação; tudo conta”, ressaltou Laffita.
Yankiel Fernández, líder do projeto "Aliento de Vida", anunciou também a saída das doações rumo a Guantánamo nesta segunda-feira e expressou seu agradecimento “a todos aqueles que nos apoiaram, trouxeram doações e fizeram contribuições financeiras para transporte, pagamento de passagens e aquisição de alguns recursos”.
Também agradeceu a Lara Crofs (Laffita) “pela iniciativa” e “por estar sempre ao lado de todos” e “aos seguidores e amigos que apoiaram esta causa de promover o bem comum”.
Em seu perfil no Facebook, Fernández destacou que neste fim de semana contou, mais uma vez, com uma equipe de trabalho “magnífica” e expressou sua gratidão aos jovens da Comunidade de Belém IPUC, assim como aos voluntários e colaboradores. “Agradecemos infinitamente a carga de amor que, com muito cuidado, classificamos para enviar o melhor possível para Guantánamo”, disse.
Outras pessoas, organizações independentes em Cuba e internacionais têm prestado ajuda aos afetados após a passagem do furacão Oscar pelo leste do país, que deixou comunidades isoladas devido às severas inundações.
Entre eles, os ativistas da iniciativa solidária “Huellas”, que lançaram na terça-feira passada uma campanha através das redes sociais para oferecer ajuda a essas pessoas.
O popular humorista cubano Andy Vázquez, conhecido por seu famoso personagem Facundo no programa “Vivir del cuento”, também fez um apelo para ajudar os afetados.
“Estou aqui para pedir ajuda à comunidade, a todas as pessoas que queiram apoiar nossos irmãos lá no leste de Cuba, que perderam tudo. Os interessados podem me escrever para o número 239-470-8181”, disse o ator na sexta-feira em suas redes sociais.
Após o devastador impacto do furacão Oscar no leste de Cuba, a solidariedade entre os cubanos tem sido essencial para enfrentar as consequências das inundações e da destruição deixadas em seu caminho.
Em comunidades de San Antonio del Sur e Imías, os municípios mais afetados pela tempestade, os moradores se organizaram para resgatar aqueles que ficaram presos, oferecer abrigo aos desalojados e coordenar envios de ajuda do exterior.
A resposta do governo cubano diante das inundações causadas pelo furacão Oscar tem sido criticada por sua lentidão. Em San Antonio del Sur e Imías, os moradores relataram sentir-se abandonados pelas autoridades, que demoraram a enviar brigadas de resgate e suprimentos de emergência.
O governante Miguel Díaz-Canel chegou na quarta-feira passada ao município de San Antonio del Sur, onde recebeu de forma direta os reproches e reclamações dos moradores.
Até o momento, mantém-se um saldo preliminar de sete mortos em Guantánamo, incluindo uma menina de cinco anos. No entanto, há relatos de desaparecidos que o governo não divulgou e muitos cubanos estimam que o número real de falecidos é maior.
O que você acha?
VER COMENTÁRIOS (1)Arquivado em: