Em um importante avanço legislativo, a Espanha está a um passo de regularizar mais de 500.000 imigrantes em situação irregular graças à Iniciativa Legislativa Popular (ILP) apresentada no Congresso.
Esta proposta, que conta com o apoio de mais de 700.000 assinaturas e organizações como Cáritas e Regularização Já, foi desbloqueada após um acordo entre o PSOE e o Sumar.
O principal objetivo da ILP é conceder permissões de residência e trabalho aos imigrantes que chegaram à Espanha antes de 31 de dezembro de 2023, facilitando sua integração na sociedade e no mercado de trabalho, explicou o meio El Diario.
Os defensores da medida sublinham que a regularização não apenas beneficiará os migrantes, mas também contribuirá para a economia nacional ao reduzir a economia subterrânea.
Apesar do apoio majoritário no Congresso, a iniciativa enfrenta desafios, especialmente por emendas propostas por partidos como o PP e Junts. Na semana passada, a Mesa do Congresso desbloqueou a ILP, que havia ficado estagnada desde sua aceitação no Plenário em abril, devido aos prazos prolongados para a apresentação de emendas.
Esta medida é crucial para abordar a vulnerabilidade de centenas de milhares de migrantes que, apesar de contribuírem significativamente para setores essenciais como a agricultura e os cuidados, continuam na irregularidade. A regularização busca não apenas reparar uma injustiça histórica, mas também integrar formalmente esses indivíduos na vida econômica e social do país, disseram seus defensores.
No obstante, persistem preocupações sobre a possibilidade de que a medida se dilua no processo legislativo. A regularização deve ser um compromisso firme com a inclusão e os direitos dos migrantes, não uma ferramenta política com condições que perpetuem a precariedade.
Com a tramitação de um novo regulamento da Lei de Estrangeiros em curso, é fundamental que o PSOE mantenha a essência da ILP e evite cortes que limitem a regularização. Os coletivos sociais insistem que a reivindicação deve continuar, pois não se pode justificar que milhares de pessoas continuem vivendo na incerteza.
A história mostra que os países que prosperam são aqueles que escolhem a inclusão em vez do rejeição. A aprovação desta medida representa um passo significativo em defesa dos direitos dos migrantes na Espanha e beneficiará migrantes, por exemplo, de Cuba, que estão há anos em situação irregular no país ibérico.
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