O preso político cubano Miguel Díaz Bauzá, de 81 anos de idade, completa nesta terça-feira três longas décadas de condena nas prisões do regime comunista da ilha.
Enjuiciado em 1994 a 30 anos de privação de liberdade, Bauzá foi acusado de "infiltração", "entrada ilegal no país", "terrorismo" e outros supostos atos contra a segurança do Estado, após desembarcar nas costas da ilha, com o objetivo de organizar um levante armado para derrubar o falecido ditador Fidel Castro, de acordo com a Cubanet.
Nascido em Caibarién, atual província de Villa Clara, em 19 de março de 1948, Bauzá é um dos prisioneiros políticos mais antigos de Cuba.
Durante seu prolongado encarceramento, passou por várias prisões e atualmente se encontra recluso no centro penitenciário "Campamento la 2", no município villaclareño de Remedios.
Nos últimos anos, sua saúde piorou consideravelmente devido a doenças como psoríase, diabetes, hipertensão e problemas de circulação, segundo informou ao referido veículo sua filha, Karen María León.
Díaz Bauzá, que antes de sua detenção vivia nos Estados Unidos, era chef em importantes restaurantes e, quando jovem, praticou boxe. No entanto, sua vida deu uma reviravolta de 180 graus quando decidiu voltar para sua terra natal com um grupo de opositores, entre eles Armando Sosa Fortuny, que o considerava um “patriota” e admirava sua resistência diante das torturas e maus-tratos.
Sosa Fortuny faleceu enquanto cumpria sua pena de 30 anos de prisão, aos 76 anos.
Apesar de seu encarceramento, Bauzá tem mantido firme sua luta pela liberdade de Cuba. Nos últimos anos, o regime permitiu que ele recebesse passes periódicos para visitar sua família, com quem tenta aproveitar ao máximo o tempo, especialmente com suas netas e bisnetos, indicou o Cubanet.
Em 2020, sua resistência foi reconhecida com o "Prêmio Liberdade Luis Boitel", concedido pelo Diretório Democrático Cubano, uma honra destinada a destacar a liderança e a coragem daqueles que lutam pela liberdade dentro da ilha.
Em 2023, o governo cubano libertou o preso político Humberto Eladio Real Suárez, de 55 anos, após passar os últimos 29 anos encarcerado.
Real Suárez foi feito prisioneiro em 1994, depois de desembarcar em Cuba com uma pequena expedição que pretendia iniciar um movimento armado no maciço montanhoso do Escambray.
Naquela época, com apenas 26 anos e residindo em Miami, Flórida, ele se uniu ao comando que incluía, entre outros, os citados Sosa Fortuny e Díaz Bauza.
Após o desembarque, tiveram um confronto com as forças militares cubanas no qual, segundo a versão do regime, um soldado foi baleado fatalmente.
Os lutadores anticomunistas foram detidos e julgados. No caso de Real Suárez, sua condenação inicialmente era pena de morte, mas em 2008 foi comutada para 30 anos.
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