Havana à beira do colapso: Caminhões de lixo parados por falta de pneus e baterias

A situação é particularmente grave em áreas como Centro Habana, Plaza de la Revolução, Playa, 10 de Outubro e Arroyo Naranjo, onde a acumulação de resíduos atinge níveis alarmantes.

Basurero en La Habana © CiberCuba
Basurero em HavanaFoto © CiberCuba

A coleta de lixo em Havana enfrenta uma crise crítica devido -entre outras causas- ao mau estado dos caminhões de coleta, muitos dos quais estão fora de serviço pela falta de pneus, baterias e outras peças essenciais.

Sobre o panorama negativo, Alberto Ernesto Rodríguez García, diretor Provincial de Higiene e Comunais, explicou ao site oficialista Cubadebate que “o principal problema que apresenta hoje a atividade de comunais em Havana é pelo coeficiente técnico dos equipamentos de coleta, parados em sua maioria por falta de peças que foram se deteriorando.”

Segundo Rodríguez García, foi aprovado um orçamento de sete milhões de pesos para adquirir entre 300 e 400 pneus e 126 baterias, o que permitiria recuperar toda a frota de caminhões coletores de lixo que atualmente operam na cidade, melhorando assim a crítica situação higiênica que afeta vários municípios.

A situação é particularmente grave em áreas como Centro Habana, Plaza de la Revolução, Playa, 10 de Outubro e Arroyo Naranjo, onde a acumulação de resíduos atingiu níveis alarmantes.

Em 2019, a chegada de caminhões doados pelo Japão ajudou a estabilizar temporariamente o serviço de coleta de lixo na capital durante aproximadamente dois anos. No entanto, o deterioração gradual dessas unidades, agravada pela falta de peças de reposição, gerou novamente um caos na coleta, expôs o referido site.

“Os caminhões que ainda funcionavam foram sobrecarregados ao tentar suprir os que já estavam fora de serviço, o que piorou a situação”, apontou Rodríguez García na entrevista.

Para males maiores, a falta de pessoal capacitado também complicou o panorama, já que municípios como Cerro, Centro Habana e Plaza de la Revolución atualmente não têm diretores na área de comunais, o que afeta o controle e a qualidade do serviço.

Em busca de amenizar a crise, o governo implementou a contratação de internos do sistema penitenciário para assumir parte das atividades de coleta, embora isso não resolva o déficit estrutural de trabalhadores e equipamentos.

Na rede social Instagram, o usuário Yuliergraffiticuba publicou um vídeo que mostra os níveis de acúmulo de resíduos nas ruas de Centro Habana, uma área, por sinal, muito frequentada pelos turistas que visitam a maior das Antilhas.

Além dos problemas com os caminhões, os três principais aterros da capital estão à beira do colapso, superando os níveis de altura permitidos para a disposição final dos resíduos.

De acordo com o diretor, as autoridades estão realizando estudos para melhorar a situação e cumprir com as políticas ambientais vigentes, mas a cidade continua enfrentando um desafio urgente em relação à gestão de seus resíduos.

Em meio a uma crescente crise de higiene na capital cubana, o governante Miguel Díaz-Canel lançou uma ofensiva integral contra a acumulação descontrolada de lixo em Havana, uma situação que afeta todos os municípios.

O diário oficialista Granma informou que em sua recente visita ao município Dez de Outubro, um dos mais afetados, o mandatário cubano anunciou um plano estratégico em que "cada ministério apadrinharia um município", com o objetivo de estabilizar a coleta de resíduos sólidos e melhorar as condições de higiene na cidade.

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