Héctor Villar mostra como comprar um Mercedes Benz em Cuba e provoca uma chuva de críticas.

"Acabei de ver isso e não sei nem o que dizer, sem palavras, um povo que não tem nem para tomar café da manhã."


O jornalista esportivo Héctor Villar recebeu uma enxurrada de críticas após divulgar um vídeo onde mostra como é possível comprar um Mercedes Benz em Cuba.

Héctor, que simultaneamente trabalha na televisão cubana e colabora com agências internacionais, compartilhou em sua conta no Instagram uma publicidade paga pela agência Mercedes Benz que gerou polêmica.

Com um tom festivo que contrasta com a crise do país, o apresentador entrevista o gerente de operações da empresa, Alberto Ramos, que explica as vantagens: desde fazer um leasing (aluguel com opção de compra) em que se pode pagar o carro em 13 mensalidades, "igual como funciona no resto do mundo", até o serviço de assistência em estradas em várias províncias.

Esta recente "jogada perfeita" do jornalista esportivo não caiu bem entre os cubanos, que o consideram fútil e desavergonhado ao fazer propaganda de um negócio tão distante da realidade da maioria do povo.

"Deveria te dar vergonha publicar um vídeo como este", disse um internauta.

"Como que Mercedes, asere, se o dinheiro nem chega para a comida. A jogada perfeita é a que temos que fazer para comprar comida," questionou outro.

"A gente não tem nem para uma bicicleta elétrica", afirmou um jovem.

"Como rir-se de 11 milhões de cubanos", criticou outro.

"Acabei de ver isso e não sei nem o que dizer, sem palavras, um povo que não tem nem para o café da manhã de manhã, vi e pensei que até era brincadeira. Verão horrores, hahaha e o bloqueio?", perguntou um terceiro.

"As mensalidades de 3.000 ou 4.000 dólares, que loucura", destacou um cubano emigrado.

"Tremenda jogada perfeita para prender a gente quando vão retirar um Mercedes, se você não estiver com o Estado, nem se atreva a aparecer por aí, Alberto é coronel da Segurança do Estado", advertiu um forista.

"Como rir de 11 milhões de cubanos", questionou outro.

"Héctor, respeite seus seguidores e pare de mandar uma mensagem errada e impossível para aqueles que o seguem; a maioria está dentro da ilha e é muito humilhante te ver. Você não é Alice no País das Maravilhas... respeite-se", pediu uma mãe de família.

"As pessoas estão pagando por um refrigerador há décadas. Imagine quantas vidas custará ter um Mercedes", foi outro comentário.

"Pena le debería dar grabar eso, ahora ve y camina La Habana y enseña los edificios, los basureros, la miseria. Basta ya, los cogen para mostrar lo que le conviene al governo falido ese, ve y haz uma visita nas lojas vazias, nos ditús, nos hospitais, escolas, etc. O único que mostram é a nova fonte de riqueza dos comunistas e do governo falido", escreveu um usuário.

"Este senhor está se encarregando de lavar a cara do governo e criar uma realidade alternativa à que vive o povo cubano. Ele deveria ter vergonha de lucrar com a desgraça e a tristeza de um povo inteiro. Agora com Mercedes e antes com EnjoyTravel. Se um médico ou professor vê isso, o que dá é vontade de cuspir na cara dele", assegurou outro.

"Cuba afundada na miséria e você comprando brinquedinhos e dando propaganda para os ditadores", reprochou um internauta.

Um leitor perguntou se esta nova opção de compra está disponível para pessoas físicas, ao que a Mercedes respondeu afirmativamente.

"Sim, a partir deste mês de outubro temos novas leis e podemos vender para pessoas físicas", destacou.

Essas "novas leis" fazem referência a declarações recentes do ministro de Transporte, Eduardo Rodríguez Dávila, que compartilhou dados sobre como o governo forma os preços de importação de veículos em Cuba.

O tema desencadeou críticas contra o regime pelos altos valores, a ponto de se tornar um sonho impossível para trabalhadores profissionais altamente qualificados no país.

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