Governo reconhece aumento de casos de maus-tratos a animais em Cuba

O governo cubano reconheceu que aumentou o número de publicações nas redes sociais denunciando os casos de maus-tratos a animais. Paralelamente, os mecanismos para investigar esses incidentes são burocráticos.

Perros callejeros (Imagen de referencia) © CiberCuba
Perros de rua (Imagem de referência)Foto © CiberCuba

O governo cubano reconheceu nesta sexta-feira que existe um aumento nos casos de maus-tratos a animais no país, evidenciado pelo crescente número de publicações em redes sociais que denunciam atos desumanos e cruéis, alguns dos quais terminam com a morte dos mesmos.

O Centro Nacional de Sanidade Animal reconheceu em uma nota publicada em seu site que, embora a população denuncie de maneira sistemática os casos de maus-tratos, muitas dessas denúncias carecem das informações necessárias para investigar adequadamente e tomar as medidas correspondentes.

Para que as queixas, denúncias e propostas relacionadas com o mau trato animal sejam aceitas e processadas pelas autoridades, devem cumprir uma série de requisitos mínimos, apontou a instituição.

Indicou que a denúncia deve incluir obrigatoriamente o nome e sobrenome do denunciante, suas informações de contato (telefone e e-mail), o endereço exato do incidente e a espécie animal afetada.

Além disso, deve incluir um resumo descritivo do incidente, bem como qualquer prova que possa sustentar a acusação, caso seja possível.

Esses detalhes são essenciais para a correta recepção, verificação, análise, avaliação e posterior resposta às denúncias, permitindo que as autoridades investiguem com maior precisão e tomem medidas efetivas, apontou a nota publicada.

Além disso, o texto mencionou que o Ministério da Agricultura da República de Cuba, juntamente com o Centro Nacional de Sanidade Animal, a comunidade veterinária e os protetores dos animais, condenam veementemente as ações que atentam contra o bem-estar dos animais.

No entanto, apesar deste rejeição pública, as práticas desumanas continuam a ser um problema recorrente, expondo a falta de controle efetivo sobre os infratores e a pouca severidade na aplicação das leis de bem-estar animal no país.

Em relação às vias, a instituição publicou a lista de contato para denunciar os casos de maus-tratos a animais.

"Através da plataforma ‘Poblasoft’ também pode colocar diretamente as reclamações, denúncias e propostas no seguinte link: https://poblasoft.minag.gob.cu", apontou o documento.

No entanto, o Centro Nacional de Sanidade Animal publicou este comunicado nas redes sociais, provocando várias reações entre os protetores.

Yadira Xiomara Romero García denunciou: “O aumento do abuso animal que surgiu recentemente é até irônico, quando não existia a lei, havia menos abuso e maus-tratos a animais do que se vê desde que a lei entrou em vigor”.

A ativista Yenney Caballero afirmou: “Precisamos de uma lei justa que proteja nossos animais. Multas de 3000 pesos não freiam o abuso que ocorre diariamente. É hora de colocar um fim a essa situação que tem as protetoras de animais saturadas”.

“Mas, qual é a informação que estão dando? Eu pensei que isso era uma mudança do decreto e lá não fala nada sobre mudanças, muitos requisitos para denunciar, mas de mudanças de multas e sanções não leio nada. Alguém pode explicar aqui qual é a informação que estão dando? Porque essa informação que leio nós já sabemos”, expressou Star Blue.

Por sua parte, Yamila Delgado Rivera apontou: “Nada justifica a barbaridade à qual os animais estão expostos, que nos deem uma resposta como em outros países onde a lei pune severamente essas manifestações contra a vida animal”.

Após a promulgação da Lei de Bem-Estar Animal pelo regime, muitos protetores levantaram suas vozes em sinal de inconformidade, considerando-a insuficiente e pouco severa diante da crescente onda de maus-tratos.

Um exemplo dessa ineficácia é que, desde 2021, o governo estabeleceu vias para denunciar o maltrato animal, sem que isso tenha conseguido diminuir esses atos, tal como o próprio regime admitiu em setembro de 2024.

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