A historiadora da arte e ativista Carolina Barrero Ferrer comentou em um programa de televisão sua experiência com os políticos europeus e estadunidenses na denúncia contra a ditadura cubana e sua cúpula governante.
“Todos escutam, a pergunta é quem faz? Eles todos te escutam com seus caderninhos e anotam diligentemente. Nunca te negam uma reunião, mas depois o que você vai fazer?, o que se pode fazer com isso?”, descreveu Barrero ao jornalista e apresentador do programa “A Fondo”, na América TeVé, Juan Manuel Cao.
Durante o diálogo, Barrero demonstrou um domínio exquisito das relações internacionais e, sobretudo, da diplomacia existente entre Cuba, a União Europeia e os Estados Unidos.
A ativista foi especialmente crítica em relação ao trabalho de Josep Borrel, Alto Representante da União para Assuntos Estrangeiros e Política de Segurança da União Europeia, de quem disse que teve durante seu mandato a “intenção de branquear e gerar vínculos com a ditadura.”
Em referência à visita do diplomata europeu a Havana no ano passado, a ativista disse que não querem que se escondam mais a repressão que vivem tanto os presos políticos quanto seus familiares e que, a partir da União Europeia, isso é reafirmado quando se reúnem com os membros da ditadura cubana.
“Não queremos que as reuniões com a sociedade civil que a delegação europeia tem em Havana aconteçam à portas fechadas e não haja um reconhecimento público. Não queremos que haja um submisso às petições do regime, mas sim que haja um reconhecimento das forças democráticas”, afirmou.
Asimismo, enfatizou que a União Europeia deve impor sanções individuais à cúpula do Partido Comunista. “Os membros da cúpula e seus familiares, e isso inclui que não possam viajar para a Europa, que não possam ter contas abertas na Europa, nem eles nem suas empresas, porque também está a GAESA, está a CIMEX”, sentenciou.
Barrero, uma das ativistas mais visíveis dos últimos anos na ilha, obteve em março passado uma Bolsa Sájarov, concedida pelo Parlamento Europeu (PE) à nova geração de defensores dos direitos humanos (DDHH).
Enfocada na missão de capacitar esses ativistas para que se tornem agentes da mudança democrática em seus próprios países, as Bolsas Sájarov do PE são concedidas anualmente desde 2016 a um máximo de quatorze defensores dos DDHH de países não pertencentes à União Europeia (UE).
Ao agradecer esta bolsa, Barrero explicou que “consiste em um programa de reuniões, conferências e preparação, sobre temas relativos à defesa dos direitos humanos e ao funcionamento dos mecanismos europeus em favor da democracia”.
“É um reconhecimento ao ativismo cubano e é também uma enorme responsabilidade que colocarei, acima de todas as coisas, a serviço da causa da liberdade”, acrescentou a integrante da plataforma 27N e uma das vozes mais reconhecíveis entre os jovens ativistas que se reuniram em torno do Movimento San Isidro (MSI).
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