Cuba reporta 12 mil casos suspeitos de Oropouche.

Em Cuba, há pacientes do vírus com complicações neurológicas, assim como com manifestações clínicas que não estão descritas na literatura.

Calle de La Habana (Imagen referencial) © CiberCuba
Calle de La Habana (Imagem referencial)Foto © CiberCuba

Cuba reporta quase 12 mil casos suspeitos de Oropouche desde o primeiro relato de sua presença no país em maio, revelou Ileana Morales Suárez, diretora de ciência e inovação tecnológica do Ministério da Saúde Pública (MINSAP).

Em reunião com a alta direção do governo, a especialista admitiu que em Cuba estão ocorrendo complicações neurológicas e outras, assim como manifestações clínicas que não estão descritas na literatura.

Segundo Morales Suárez, para dar resposta a essa arbovirose a partir da ciência, está sendo desenvolvido "um grande pacote" de pesquisas para caracterizar clinicamente como é a doença que está ocorrendo em Cuba. "Estamos caracterizando como afeta os mais idosos, os mais novos, as gestantes...", detalhou.

Além disso, o Centro de Imunoensaios está trabalhando para obter um teste rápido para o diagnóstico do vírus, enquanto o Instituto Finlay estuda a viabilidade ou não de obter uma vacina para a prevenção da doença. Por outro lado, estão sendo projetados estudos entomológicos para conhecer mais sobre o vetor, baseados em investigações na ordem virológica do IPK.

As expectativas da cientista contrastam com a realidade do país nas ruas, onde abundam os esgotos a céu aberto, os lixeiros nas ruas, a inexistência de fumigações e a falta de medicamentos.

No início do mês, o doutor Roberto Serrano, de Songo La Maya, Santiago de Cuba, afirmou que com as atuais condições higiênico-sanitárias não é possível erradicar o vírus do Oropouche.

"As condições pioram a cada dia e quase todas as doenças se tornam endêmicas. A dengue apareceu e nunca mais conseguimos erradicá-la porque simplesmente a cada dia há mais mosquitos. Não há como isso ser erradicado", declarou ao portal independente CubaNet.

"Quando não se mudam as condições sanitárias, quando tudo permanece igual, os pacientes têm recaídas, têm recorrências (…) Existem pacientes que relatam até cerca de seis e sete recaídas, o que não é comum, por exemplo, na dengue nem em outro tipo de vírus", precisou.

No final de agosto, o vírus Oropouche já estava presente em todas as províncias, 99 municípios e 172 áreas de saúde.

Em menos de duas semanas, os números subiram para 103 municípios e 184 áreas de saúde.

Na terça-feira, as autoridades de saúde da Flórida confirmaram que o total de casos de febre de Oropouche subiu para 70 em 2024, todos relacionados a viagens recentes a Cuba.

Os casos internacionais de febre de Oropouche foram registrados em indivíduos que visitaram Cuba duas semanas antes de desenvolver os sintomas.

De 8 a 14 de setembro de 2024, foram relatados 22 novos casos de Oropouche, todos associados a viajantes que retornaram da nação caribenha.

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