A situação do Sistema Elétrico Nacional (SEN) manteve-se crítica durante as últimas 24 horas devido a um grave déficit na capacidade de geração, segundo informou a União Elétrica (UNE). O impacto, que provocou cortes de eletricidade em nível nacional, ainda não foi resolvido.
O pico máximo de afetação no horário de maior demanda foi de 1514 MW, registrado às 20h20 do dia de ontem. Para esta manhã, o SEN reporta uma disponibilidade de 2130 MW frente a uma demanda de 2650 MW, o que deixa um déficit de 520 MW para o horário de pico, aumentando a afetação que poderia rondar os 1000 MW.
Causas das Afectações: A UNE informou que várias unidades geradoras estão fora de operação por diferentes falhas, entre elas:
- A unidade 4 da Central Termoelétrica (CTE) Carlos Manuel de Céspedes.
- As unidades 5 e 6 da CTE Nuevitas.
- A unidade 2 da CTE Felton.
- A unidade 5 da CTE Rente.
No total, as limitações na geração térmica alcançam 437 MW. Além disso, 46 centrais de geração distribuída estão fora de serviço por falta de combustível, o que afeta 312 MW adicionais.
Intentos para Mitigar o Déficit: Para o horário de pico, espera-se a reincorporação da unidade 5 da CTE Diez de Octubre, com 70 MW, assim como a recuperação de 100 MW adicionais através do uso de motores da geração distribuída, atualmente inoperantes por falta de combustível.
Projeções para o Dia: A UNE estima que, para o horário de pico de hoje, a disponibilidade energética alcançará 2300 MW, frente a uma demanda máxima projetada de 3300 MW, o que gerará um déficit estimado de 1000 MW. Nas condições atuais, prevê-se uma afetacão de até 1070 MW nos momentos de maior demanda.
Este prolongado déficit de geração manteve grande parte do país sem fornecimento elétrico, com o agravante de que as soluções parecem ainda distantes, dada a situação de falhas e a falta de combustível para suprir a demanda.
O déficit de até 1512 MW reflete uma crise estrutural que exigirá soluções a longo prazo.
Durante o último mês, os apagões têm aumentado.
Em 1 de setembro de 2024, a União Elétrica antecipou apagões devido a um déficit de 310 MW, causado pela falta de combustível e avarias em várias plantas em diferentes regiões. Em 3 de setembro, a situação piorou com apagões que superaram os 600 MW, resultado de avarias em seis unidades termelétricas em todo o país. Para 7 de setembro, três unidades a mais sofreram danos, o que provocou um déficit de 725 MW durante o horário de pico. Em 9 de setembro, a previsão piorou com um déficit de 820 MW para o horário de maior demanda. Em 11 de setembro, várias áreas de Havana relataram uma afetação máxima de 698 MW devido a avarias locais, enquanto em 12 de setembro foi estimada uma afetação superior a 700 MW em nível nacional. Em 15 de setembro, foram previstos apagões próximos a 900 MW devido ao aumento da demanda.
Para 16 de setembro, o déficit ascendeu a 1.000 MW durante as horas de pico, e em 18 de setembro, mais de 1.300 MW estavam fora de serviço afetando grande parte do país. Finalmente, em 19 de setembro, o déficit alcançou 1.514 MW provocando cortes de energia de até 24 horas.
A crise energética em Cuba se agravou significativamente ao longo de setembro de 2024, com déficits de geração elétrica que afetaram gravemente a vida cotidiana da população. A falta de manutenção nas infraestruturas, as falhas constantes nas unidades termoelétricas e a escassez de combustível criaram um panorama de apagões prolongados e recorrentes. Apesar das tentativas do governo para mitigar a situação com medidas temporárias, o déficit de até 1.514 MW reflete uma crise estrutural que exigirá soluções a longo prazo, fora do alcance do regime cubano, para estabilizar o sistema elétrico do país.
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