Jovem revolucionário fica sem acesso à universidade por perda de boleto em sua escola.

O jovem, um "grande líder estudantil", queria estudar Medicina, mas em seu pré-universitário "desapareceu" a ficha e ele não pôde fazer as provas de ingresso à universidade.

Leandro Álvarez Leal © Denunciando los crímenes en Cuba / Facebook / Leo Sullivan
Leandro Álvarez LealFoto © Denunciando os crimes em Cuba / Facebook / Leo Sullivan

Um jovem cubano que se autoproclama revolucionário ficou sem poder entrar na universidade devido a uma série de "erros" em sua escola.

Depois de uma longa trajetória como dirigente juvenil, Luis Leandro Álvarez Leal se sente frustrado e decepcionado com a direção do pré-universitário onde estudou, que por uma série de irregularidades e irresponsabilidades o deixou na rua.

Leandro é graduado do IPU Carlos Manuel Calcines Pérez, em San Miguel del Padrón, Havana. Segundo conta, destacou-se como "grande líder estudantil". Chegou a ser presidente da Federação de Estudantes do Ensino Médio (FEEM) do município e vice-presidente da Comissão Organizadora da Assembleia Provincial (COAP), e recebeu várias condecorações, relatou no grupo do Facebook "Denunciando os crimes em Cuba".

O rapaz preencheu sua ficha para a concessão de carreiras e optou por Medicina, mas sua ficha "desapareceu" em seu próprio instituto pré-universitário. "Portanto, não pude realizar meus exames de admissão ao Ensino Superior", denunciou.

Captura do Facebook / Denunciando os crimes em Cuba / Leo Sullivan

Depois desse primeiro impedimento, o requisito era preencher outra ficha na Comissão de Ingresso da Universidade de Havana, mas a subdiretora do pré, chamada Marbelis, avisou-o uma semana tarde e, portanto, já não havia tempo para fazê-lo.

"A subdiretora, ao ver que cometeu um erro, comprometeu-se a nos ajudar e esperando uma resposta da parte dela desde o mês de abril, hoje em dia ainda estou na rua sem nada para fazer e com vontade de continuar estudando", detalhou Leandro.

O jovem afirma que seu sonho era ser médico em "nossa Cuba socialista" e que lhe tiraram isso simplesmente pelo mau trabalho dos dirigentes do país e de seus professores.

Agora se pergunta como é possível que "depois de contribuir com a Revolução" desde seu pedacinho, tenham se esquecido dele. "Preciso de uma resposta o mais rápido possível", concluiu.

A história suscitou reações dispares entre os internautas. Alguns aconselham que ele se acostume com a dura realidade de Cuba, outros o instam a continuar lutando por seu sonho e não são poucos os que se alegram com o que aconteceu, por ele ser um defensor do regime.

"Siga comendo besteira com a revolução e não ponha os pés no chão. Aterre, chama, que à cúpula nem você nem ninguém interessa", disse um habanero.

"Lo que te tocaba a ti se la dieron a alguien de su gente", assegurou uma mãe de família.

"Não há mal que por bem não venha, a vida te terá algo melhor preparado. Total, estudei Medicina até o quarto ano, deixei o curso para ir embora do país. Meus colegas que se formaram, já a maioria não trabalha no setor de saúde, fazem negócios particulares que nada têm a ver com sua carreira, mas ganham melhor. Os outros também saíram do país", relatou uma jovem.

"Pois se esse é o seu sonho, lute com todas as suas forças para alcançá-lo, denuncie quem você tiver que denunciar pelo mau trato que lhe fizeram", sugeriu uma senhora.

"Por chivatón te pasó isso", apontou um santiaguero.

"Cada qual colhe o que semeia, você é um filho de Putin, ganhou condecorações por ser delator e descarado que é. A quantos jovens você destruiu o futuro só por pensar diferente, porque para se tornar líder de uma organização comunista você teve que prejudicar muitos. Agora você se sente frustrado porque chegou a sua vez, dane-se e ponha-se a trabalhar", recomendou um camagüeyano.

"Tomara que você consiga o curso e estude Medicina. Prepare-se para um longo caminho de decepções. E eu te garanto que em alguns anos você mudará totalmente o discurso, quando abrir os olhos e amadurecer", vaticinou um homem.

"A revolução roubou os sonhos de milhões de cubanos. Então, bem-vindo ao clube", expressou uma santiaguera.

"Aguenta callado revolucionariamente", le espetou um jovem.

"Revolucionariamente me río muchísimo de que pasen coisas como estas a pichones de clarias, este é o sistema que tanto lhes gusta, pois a tragar", recalcou outro.

"Isso é o que acontece quando você semeia em terra infértil e sonha com o estômago vazio. De nada te serviu (nem te servirá) ser dirigente estudantil e promover ideais caducos. Aqui estão as consequências de se colocar do lado errado da história. Tomara que sua frustração te sirva para algo bom e você deixe de ser um fantoche", desejou uma moça.

"Pipo, você está de brincadeira com a diretora, ela colocou outro no seu lugar, mas com mais dinheiro", afirmou outro usuário.

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