Alertam sobre o aumento da venda ilegal de carne de tartarugas marinhas em Cuba: “É irresponsável e cruel.”

A venda de carne de tartarugas marinhas nas redes sociais tem alarmado os ambientalistas cubanos.

Tortuga marina (Imagen de referencia) © Wikipedia
Tartaruga marinha (Imagem de referência)Foto © Wikipedia

As pessoas têm demonstrado preocupação com o alarmante aumento na venda ilegal de carne de tartarugas marinhas, especificamente de caguamas (Caretta caretta), através das redes sociais em Cuba.

Xenia Rivery alertou na última sexta-feira no Facebook que essa prática não só é ilegal, mas também é considerada altamente irresponsável e cruel por colocar em risco uma espécie já vulnerável.

Captura do Facebook / Xenia Rivery

“Não compre carne de caguama”, advertiu Rivery, que insinuou que a demanda por esse produto é o que alimenta a existência de um mercado ilegal, promovendo assim a comercialização e a caça furtiva desta espécie vulnerável.

Captura do Facebook

"Su carne é comercializada de maneira ilegal em Cuba, chegando às mesas de alguns cubanos através de pescadores furtivos", ressaltou.

Na seção de comentários, tanto a autora do post quanto o internauta Juan Carlos Sáenz de Calahorra concordaram em apontar que em Gibara, na província de Holguín, ofereceram no passado filé de tartaruga em restaurantes, embora não tenham especificado se eram estatais ou privados.

A União Mundial para a Natureza (UICN) classifica a Caretta caretta como uma espécie em Perigo de Extinção, o que indica um nível elevado de risco no futuro próximo.

Apesar dessa classificação, pescadores ilegais continuam capturando e comercializando sua carne de forma clandestina.

Um exemplo disso é que as autoridades apreenderam 60 quilos de carne limpa de caguama de um cubano que estava praticando pesca submarina na região de Bufeadero, próxima à CEN (Central Electronuclear Nacional) na província de Cienfuegos.

Junto com a caguama, o carey e a tartaruga verde são três espécies de tartarugas marinhas em perigo crítico de extinção e constantemente ameaçadas pela demanda no mercado negro.

Para protegê-las e conscientizar a população sobre a necessidade de preservar suas áreas de nidificação, em Cuba foram realizadas algumas ações no passado para preservar essas espécies.

Uma das iniciativas mais recentes é a vigilância e proteção da tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), a cargo dos especialistas da empresa Flora e Fauna, no Parque Nacional Jardines de la Reina, na costa sul desta central província de Cuba.

No entanto, quando a escassez se acentua, é muito difícil impedir práticas de pesca que coloquem em risco os ecossistemas.

A crise alimentar em Guantánamo, agravada pela má gestão do regime cubano, tem levado os residentes a buscar alternativas de subsistência, colocando em perigo o caranguejo azul no município de Imías devido à sobreexplotação deste recurso natural local.

A iniciativa Food Monitor Program (FMP) destacou que a sobrepesca do caranguejo azul em Imías está inseparavelmente ligada ao contexto mais amplo da crise alimentar em Cuba, que afeta toda a população.

Em 2020, o governo cubano dedicou a última edição ordinária da Gaceta Oficial à divulgação de todas as normas jurídicas relacionadas com a atividade pesqueira no país. Entre os aspectos mais importantes, destacam-se as autorizações e requisitos necessários para desenvolver essa prática, bem como suas proibições e restrições.

A Lei de Pesca, aprovada em julho de 2019, estabelece que apenas podem realizar essa atividade as pessoas jurídicas ou naturais, cubanas ou estrangeiras, maiores de 17 anos, que possuam licenças para tal, as quais serão emitidas por um período de um ano civil (de janeiro a dezembro) e poderão ser suspensas a qualquer momento em caso de violações da lei.

A Gaceta também divulgou o Regulamento da Lei, que foi assinado em 24 de dezembro de 2019, e cujo conteúdo dedica um capítulo para listar as ações consideradas violações à legislação.

De acordo com o documento, tais limitações incluem desde pescar sem autorização até causar danos aos recifes de coral com algum artefato naval, passando pela captura de espécies em perigo de extinção ou durante o período de defeso.

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