Por cima de 800 MW: A União Elétrica de Cuba começa setembro com apagões massivos.

"É preciso continuar suportando as distorções dos decisores. Muitos hotéis em troca de pouca eletricidade. Até quando será isso?", perguntou um cliente da empresa estatal.

Trabajador de la UNE © Facebook / UNE
Trabalhador da UNEFoto © Facebook / UNE

A União Elétrica de Cuba (UNE) começou setembro incapaz de conter o colapso do sistema eletroenergético nacional (SEN), razão pela qual os apagões no país voltam a ser massivos e nesta terça-feira superam os 800 megawatts (MW).

“Se estima para a hora de pico uma disponibilidade de 2.453 MW e uma demanda máxima de 3.240 MW, para um déficit de 787 MW, por isso, se as condições previstas se mantiverem, prevê-se uma afetacão de 857 MW neste horário”, informou a UNE em suas redes sociais.

Captura de tela Facebook / UNE

Na véspera, o serviço foi afetado 24 horas por dia, e a afetação se manteve durante toda a madrugada de hoje, disse a UNE a seus clientes, assegurando que “a máxima afetação foi de 749 MW às 20:30 horas, não coincidindo com a hora de pico”.

A empresa estatal sustenta que o déficit de capacidade de geração se deve a falhas nas unidades e à disponibilidade insuficiente de combustível. Nesta terça-feira, continuam avariadas a unidade 5 da central termoelétrica (CTE) Rente, a unidade 1 da CTE Santa Cruz e a unidade 2 da CTE Felton.

Aparentemente, a avaria reportada nesta segunda-feira na unidade 8 da CTE Mariel foi solucionada, mas o déficit continua disparado acima de 800 MW.

“As limitações na geração térmica são de 562 MW. Estão fora de serviço por combustível 46 centrais de geração distribuída, totalizando 287 MW afetados por esse conceito”, afirmou a UNE nesta terça-feira.

Depois de admitir que a estratégia do governo de Miguel Díaz-Canel para minimizar os apagões durante o verão falhou, o ministro de Energia e Minas, Vicente de la O Levy, prometeu que a situação melhoraria ligeiramente com a chegada de meses com temperaturas mais amenas. No entanto, setembro começou com apagões maciços.

Nem o início do ano letivo, nem o crescente descontentamento dos cubanos - que se manifestaram nas ruas - conseguiram fazer com que o regime cubano priorizasse a geração de energia.

A promessa do ministro de que, graças ao investimento em energias renováveis, em 2025 o governo conseguirá gerar um minuto de eletricidade sem depender do combustível importado, não impressionou os cubanos, que apenas viram uma zombaria ou estupidez em suas palavras.

"Hermanos, tranquilidade, as autoridades competentes acabaram de enviar quatro barcos para a Antártida com a missão de trazer quatro blocos de gelo para antecipar o inverno em Cuba e poder atender às demandas cada vez mais crescentes do povo. Paciência, é apenas uma questão de esperar", brincou amargamente um usuário nesta terça-feira nos comentários à publicação da UNE.

"Uma pergunta: qual é a central que fornece energia elétrica à cúpula cubana e seus familiares? Porque nunca aparece fora de serviço por falta de combustível. Se, no final, de acordo com a constituição que eles inventaram, todos os cubanos temos os mesmos direitos que Raúl e sua família, o generalato, Canel, Marrero e todos os outros... então eles têm direito a 24 horas de apagões, pelo menos", disse outro.

"É preciso continuar suportando as distorções dos decisores. Muitos hotéis em troca de pouca eletricidade. Até quando será isso?", perguntou um. "Os dias passam... e em vez de melhorar... tudo piora. Até onde vontê nos levar?", indagou outra internauta.

"É impossível pensar que não possam melhorar esta situação deplorável. Já é certo um déficit acima de 700 e 800 MW todos os dias. Realmente não aguentamos mais... demasiada pressão sustentada no tempo", estourou outra cubana cansada dos apagões.

"O país das trevas eternas. Mas o pior é que os governantes não fazem nada para melhorar a situação. Estão no poder para viver bem todos eles e suas famílias", concluiu um usuário do Facebook cansado do engano do governo da chamada "continuidade".

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