O humorista Ulises Toirac criticou o recente decreto emitido pelo Conselho de Ministros, que proíbe um total de 125 atividades econômicas para as mipymes privadas, as cooperativas não agropecuárias e os trabalhadores autônomos.
Em um texto compartilhado em seu muro do Facebook, Ulises lembrou de uma velha piada sobre o marido que, ao descobrir que a esposa o engana em seu próprio sofá, o que faz é jogar o sofá fora. Para ele, essa mesma atitude é adotada pelo governo em relação aos seus problemas.
"O que acabam por proibir é a empresa privada da maioria", afirmou, antes de aludir ao desrespeito à ordem jurídica que existe no país, onde "a Constituição pode ser negada pelas leis, e as leis podem ser negadas por... uma entidade superior invisível e onipotente".
O ator manifestou sua incredulidade diante do ódio do governo àqueles que se dedicam a importar mercadorias para sua venda (as chamadas mulas) e precisou que não devem ser consideradas como o "arquiinimigo do Estado".
"Se as mulas trouxessem merda que ninguém compra porque vendem nas lojas, elas sozinhas se extinguem mais rápido que os velociraptores. Não é mais simples que paguem um imposto sobre a importação e que se dane? O Estado ganha, a mula ganha e as pessoas que têm onde comprar ou a quem encomendar também ganham... Fabricar delito é mais fácil?", questionou.
Toirac também se referiu ao novo ataque do regime ao chamado "Pacote semanal", uma mistura de entretenimento formada por filmes, shows, séries, novelas, etc., que circula por meios digitais na Ilha, e que agora ficou expressamente proibido pelo Decreto 107 do Conselho de Ministros.
"Outro marido tarrú com sofá: façam uma boa televisão e ponto. Estão morrendo de fome os 'paqueteros'. E o que eles vendem? Não o que eles querem, vendem o que lhe pedem. Que é de má qualidade cultural? Perguntem-se a que obedece", sublinhou.
"E assim tudo. Não é um problema de proibir o que você não pode fazer e criar todas as bases para uma maior corrupção além disso. Jone, se colocassem esse empenho em proibir e estabelecer crimes para produzir e exportar, a emigração seria porque não caberíamos em território nacional pela quantidade de coisas que haveria", concluiu.
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