Cubanos aplaudem o motorista de ônibus que transportou uma jovem desmaiada em Havana.

O motorista do ônibus levou a jovem para o centro cirúrgico mais próximo, mas lá se recusaram a atendê-la.

Autobús frente al centro médico © Lisandra Martín / Facebook
Ônibus em frente ao centro médicoFoto © Lisandra Martín / Facebook

Um motorista do transporte público em Havana protagonizou uma ação de humanismo e solidariedade com uma passageira que desmaiou durante o trajeto.

Na sexta-feira de manhã, um ônibus da linha P9 fazia seu trajeto habitual pela Calzada de Diez de Octubre quando uma moça desmaiou no corredor cheio de pessoas.

O motorista e seu ajudante decidiram levá-la ao centro de saúde mais próximo e a transferiram para o Centro Nacional de Cirurgia de Mínimo Acesso.

"Ambos manobraram rapidamente e com toda a responsabilidade, ao trazer todo o pessoal a bordo", relatou uma testemunha do incidente no muro de Facebook da jornalista oficialista Lisandra Martín.

Mas ao chegar à instituição, o pessoal se recusou a atendê-la porque, segundo um trabalhador, lá não se atende pessoas diferentes dos pacientes. O homem os enviou para o policlínico mais próximo, que ficava a duas quadras e implicava que o ônibus teria que desviar por Santa Catalina.

Captura de Facebook / Lisandra Martín

"O ajudante do motorista levantou a voz pelo seu sentimento humano e entre dois passageiros introduziram nos braços a garota nas instalações, diante da negativa de assisti-la com uma maca...", precisou Eider Matos, autor do post, que sentiu tal indignação que não quis presenciar mais.

"É opressivo o que acontece às vezes entre os próprios cubanos, é indigno e desumano... Chegue à tripulação matutina do P9 B160722 meu reconhecimento (fiz isso pessoalmente ao seu motorista). E àqueles que se negaram a atender oportunamente a garota, esse perdão e a dose de compaixão que precisam", concluiu.

Numerosos internautas parabenizaram a tripulação do P9 e questionaram a atitude do pessoal do centro médico.

"É triste que coisas assim aconteçam por falta de empatia e regulamentos burocráticos, prestar os primeiros socorros é vital para salvar vidas, depois encaminhar o caso para onde for necessário", afirmou uma dentista.

"Aqui há alguns e em alguns lugares que se acreditam o umbigo do mundo. Para essa mesma clínica, se você não tiver alguém que te coloque lá, não pode chegar. 'Não é que tudo é do povo e para o povo?', questionou uma mãe de família."

"Como terminou esse episódio dantesco? Eu me atendo lá e é verdade que não tem sala de urgências, mas duvido que a recusa tenha sido de algum médico. Suponho que seja obra de algum desses SVP que não sabem distinguir uma bomba de um melão", disse um homem.

A finais de agosto, um motorista de um P11, que cobre a rota El Vedado-Alamar, se negou a transportar uma idosa doente até o policlínico Enrique Betancourt Neninger. Um jornalista relatou no Facebook o que aconteceu e esclareceu que ajudar a senhora não afetava em nada a rota do ônibus.

O próprio ministro dos Transportes leu a denúncia e exigiu ao diretor provincial que tomasse medidas.

"Já estamos em contato com a direção da Terminal de Ônibus de Alamar para dar uma resposta ao que aconteceu", expressou o diretor provincial, Leandro Méndez Peña.

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