Desde um caminhão no meio da rua: Assim o governo vende ossos de boi em Havana.

"Pila de gente fazendo fila para comprar os ossos, além de estarem pelados, pareciam estar com frio e malcheirosos", afirmou o denunciante.


Um cubano denunciou no Twitter as condições insalubres em que o governo vende à população ossos de boi: em um caminhão estacionado em uma rua qualquer, sem as mínimas condições de higiene e segurança alimentar.

O usuário identificado como Deshollinador compartilhou fotos e vídeos que mostram como os ossos estão sobre a cama do veículo, ao ar livre e sob o sol. Os trabalhadores, sem luvas ou qualquer outro meio, manuseiam e picam a mercadoria enquanto as pessoas esperam sua vez para comprar.

"Incrível, e um monte de gente fazendo fila para comprar os ossos. A câmera ruim do meu celular não capta detalhes, mas além de estarem pelados, pareciam ter frio e estavam mal-cheirosos", afirmou.

"Agora saem as clarias dizendo que o vídeo é feito com IA", apontou.

Vários internautas lamentaram que ao povo só vendam ossos e não carne, e que além disso seja feito em tanta insalubridade.

"Como se humilham, cavalheiro", disse uma.

"Que falta de higiene e porcaria," criticou outro.

Cenas como estas são cada vez mais frequentes em Cuba. A escassez de alimentos e o deterioro moral e social chegaram a tal ponto, que as pessoas assumem a venda de ossos em vez de carne, e além disso em condições antijénicas, como algo natural.

No início do mês, uma reportagem do portal independente CubaNet mostrou as condições insalubres em que ocorria a venda de ossos, patas e barriga de boi em uma feira agropecuária em Havana Velha, no Parque do Cristo.

O caminhão que vendia os produtos pertence ao matadouro da província de Artemisa. Viajam com a carne sem refrigeração e a vendem sob o sol cubano, sem cumprir medidas higiênicas, com moscas e à mão limpa, no meio da rua.

Em abril, uma publicação no grupo do Facebook "VENDE TODO AQUI BAHÍA (pondo o preço)" promoveu a venda de ossos como se fossem "cárnicos" na repartição Bahía, em Havana.

O anúncio originou uma multidão de críticas. Nas fotos, os ossos apareciam praticamente pelados dentro de caixas plásticas que o vendedor colocou em cima de paletes, porque preferiu deixá-las sobre a grama em vez de levantá-las e colocá-las em uma mesa ou plataforma.

"Que vergonha, tanta carne nessa quantidade de ossos, e para onde mandaram a carne? Como se fôssemos urubus, não dá pena vender esse cemitério de ossos...", disse uma idosa.

"Deveriam dar isso para os animais do zoológico, ou somos nós animais?", questionou uma mãe de família.

"Tal parece que estamos em um campo de concentração alemão", protestou um homem.

Outros internautas questionaram a falta de higiene, com a mercadoria quase no chão, totalmente descoberta e a poucos metros de uma moto parada, e com o vendedor sem luvas nem nenhuma medida de proteção.

Em agosto de 2023, o Observatório Cubano de Direitos Humanos (OCDH) divulgou um vídeo da venda de ossos de boi a 70 pesos a libra em Camagüey, onde jogaram o produto no chão, no meio da rua.

A gravação mostrava os ossos jogados na rua, e ali mesmo o vendedor os cortava e os entregava aos compradores.

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