Governo vende ossos de vaca por aniversário da FMC em Havana

A venda de ossos de boi à população é uma prática comum do governo cubano, enquanto envia a carne para o turismo.


As autoridades cubanas venderam ossos de vaca aos habaneros durante uma feira pelo aniversário da Federação de Mulheres Cubanas (FMC), segundo informou a plataforma independente de notícias CubaNet.

“Venda de osso a 200 pesos”, destacou o meio informativo, especificando que a feira ocorreu na central rua Galiano.

No vídeo compartilhado, é possível ver várias pessoas fazendo uma longa fila para poder adquirir os ossos com pouquíssima carne e outros produtos que eram vendidos no local.

O clipe também documentou outras áreas de vendas na mencionada artéria habanera, onde foi possível ver a comercialização de roupas.

Vários dos comentários que acompanham a publicação criticam que ao povo vendam esse tipo de sobras alimentícias, que para o que servem é para substâncias nada mais, porque carne não têm.

"Ninguém é vítima de ninguém, todos somos cúmplices do que permitimos. Como disse Nicolás Guillén: Tenho o que tinha que ter", apontou em um forte comentário um usuário da rede social.

“Que falta de respeito, isso é o que merecemos. E o povo não pode comer a carne porque não deixam nem vendê-la. Mas os ossos sim. Que abuso!”, apontou outro internauta.

“Asere, parece que fazem isso de propósito, pegam a carne e vendem ao povo o osso... estão exagerando... além disso, sem energia elétrica para que passem calor o tempo que eles quiserem”, detalhou outra pessoa, acrescentando outros problemas que a sociedade cubana atual enfrenta.

Esta venda de ossos não é uma novidade entre a população cubana, outras vezes os dirigentes enviaram caminhões com este produto, aproveitando a grave crise alimentar do país e sabendo que muitos cubanos não têm outra opção a não ser adquirí-los, apesar dos altos preços em que o governo os vende.

Em 2023, impressionantes imagens circularam nas redes sociais onde mostravam a falta de higiene na venda de ossos de vaca em Camagüey, onde jogaram o produto no chão, em plena rua, para sua distribuição.

Nesse próprio ano, em Las Tunas, distribuíram na carniceria do Estado costelas de vaca para o povo, mas na realidade eram ossos. “Essas costelas foram completamente raspadas com uma faca", disse um internauta.

Críticas em Havana originaram as imagens de uma venda de ossos de boi como se fossem "carnes".

A falsa promoção ocorreu na zona Bahía, no Mercado Redondo, na rua 20, onde foram comercializados peixes (tilápia) e produtos "cárneos".

A princípios de agosto deste ano, outra reportagem da Cubanet mostrou as condições insalubres em que se realizava a venda de ossos, pata e barriga de boi em uma feira agropecuária no Parque do Cristo, no município La Habana Vieja.

O governo destina a maior parte da carne produzida no país ao turismo. Os hotéis recebem centenas de libras de carne bovina, mas ao povo cubano vendem os ossos e subprodutos dos animais.

Isso vem acontecendo há anos na ilha. A situação chegou a um ponto de deterioração tal, que as pessoas assumem a venda de ossos e de alimentos em condições antihigiênicas como algo natural.

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