Leiter Juvier P. Wilfredo, sacerdote de uma paróquia no município Sagua La Grande, em Villa Clara, denunciou que um conhecido ladrão de igrejas em Havana fez uma visita à sua paróquia.
“Esta tarde às 13h45 encontrei saindo pela porta da casa paroquial o famoso sujeito que se tem infiltrado furtivamente em bispados, paróquias, casas paroquiais, conventos etc., sobretudo do ocidente e centro do país”, escreveu no Facebook no último fim de semana o sacerdote junto a duas fotografias atuais do sujeito.
O pároco de Sagua La Grande apontou que, apesar de várias vezes terem sido publicadas fotos e até vídeos denunciando este delicado assunto, “que perturba a tranquilidade de sacerdotes, religiosos e fiéis”, na prática “nada acontece” e o indivíduo continua à vontade, agora também com caráter interprovincial.
“Hoje foi a terceira vez que ele entra nesta paróquia em menos de três meses. Parece que ele tem certo amor por Sagua la Grande”, indicou Leiter Juvier P. Wilfredo, que lembrou que ele até ameaçou de morte sacerdotes.
Além de denunciar a inação policial, uma vez que as autoridades foram chamadas para esse assunto mais de uma vez e não apareceram, o sacerdote se pergunta se será algo mais do que um simples ladrão, levando em consideração sua misteriosa impunidade.
“Ele realmente estará tarado como aparenta quando se lhe fala? Não será uma tática de distração aprendida em algum lugar? Terá algum padrinho, além da impunidade? Trabalhará para alguma MiPymes privada de espionagem que desconhecemos?”, questionou.
“Não sei, são perguntas que muitos de nós fazemos. E como diz o animado de Elpidio Valdés: Achem bem os olhos”, concluiu o eclesiástico.
No apartado de comentários, um internauta indicou que também esteve há pouco em Cienfuegos.
“As autoridades não fazem nada porque as vítimas somos os católicos, (sacerdotes, religiosas e leigos) e são cúmplices desses roubos e abusos. O homem tem uma expressão agressiva como de ‘não mexa comigo’, mas não de louco. Para mim, o governo é quem o manda”, afirmou outra comentarista.
Não faltou quem apontou que “este e outros sujeitos levam décadas fazendo o mesmo impunemente em bispados, paróquias, casas de religiosas e que o mesmo destrói, faz como se roubasse, ou roubando de verdade.
“E a polícia ou autoridades? Bem, em ‘Modo Verão’. Em algumas ocasiões muito passadas faziam-se denúncias e na frente dos denunciantes os soltavam. Estranho? Não, muito claro”, escreveu um terceiro comentarista.
O ladrão -cujo nome de momento não foi revelado- além de roubar, chegou a ameaçar de morte sacerdotes e religiosas, conforme indicou o pároco de Sagua La Grande.
No início de julho, foi divulgado que esse mesmo homem foi surpreendido enquanto roubava na paróquia de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, em Santos Suárez, no município Deiz de Outubro, em Havana.
Em um vídeo, ouviu-se ele ameaçar de morte os sacerdotes que o detiveram.
“Se eu tivesse uma faca, eu ia matar os dois”, advertiu várias vezes o indivíduo em tom intimidatório, após ser flagrado roubando.
Os padres chamaram a polícia e, por um longo tempo, impediram que o sujeito se fosse, até que não tiveram outra escolha senão deixá-lo ir, pois a polícia nunca chegou.
Um amplo reportaje da jornalista Rachel Susana Diez, correspondente para Cuba do canal católico de comunicação EWTN, assegurou que o mesmo homem cometeu pelo menos 12 roubos, metade em igrejas católicas, “embora nunca seja pego e volte a tentar”.
Segundo o levantamento realizado pela EWTN, foram registrados pelo menos 50 casos de roubos e vandalismo em 34 paróquias, casas de comunidades religiosas e igrejas de várias regiões de Cuba, desde março de 2023 até o momento. Na sua maioria, as denúncias provêm de igrejas habaneras.
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