Cerca de 110 mil cubanos chegaram aos EUA com parole humanitário até julho de 2024.

Atualmente, o governo dos Estados Unidos suspendeu a emissão de autorizações de viagem antecipadas para o programa desde meados de julho.

Avión de la aerolínea American Airline © Flickr/Daniel Garrido
Avião da companhia aérea American AirlineFoto © Flickr/Daniel Garrido

A Oficina de Aduanas e Proteção de Fronteiras (CBP) publicou os números dos beneficiários do parole humanitário que entraram nos Estados Unidos desde o início do programa em 2023 até julho de 2024, totalizando 110.000 cubanos que foram examinados e autorizados a viajar.

Até o final de julho, mais de 520.000 pessoas da Nicarágua, Venezuela, Haiti e Cuba foram beneficiadas, os países incluídos neste programa da administração Biden.

Especificamente, desde 5 de janeiro, data em que este programa entrou em vigor, um total de 109.000 cubanos, 205.000 haitianos, 90.000 nicaraguenses e 115.000 venezuelanos chegaram legalmente e obtiveram a liberdade condicional, precisou o documento publicado na página da web do CBP.

As cifras anunciadas na véspera evidenciam que 4.870 cubanos conseguiram ingressar nos EUA com parole humanitário durante julho, pois, até junho, haviam entrado 104.130 cidadãos da ilha beneficiados por este programa.

No entanto, os haitianos continuam sendo o grupo mais favorecido na concessão do parole humanitário e o de maior crescimento de entrada de seus nacionais no território dos Estados Unidos, entre as quatro nacionalidades que recebem o benefício migratório.

Para as estatísticas do mês de agosto, prevê-se uma queda drástica, devido ao fato de que, desde o início deste mês, o governo dos EUA suspendeu temporariamente os permissos de viagem após um relatório interno que revela níveis significativos de fraude, conforme divulgou no dia 2 de agosto a Fox News, citando um porta-voz do Departamento de Segurança Nacional (DHS).

A fonte governamental indicou que “por precaução” suspenderam a emissão de autorizações de viagem antecipadas para o programa desde meados de julho, enquanto procedem a revisar de forma detalhada os pedidos dos patrocinadores, que é onde está o foco da fraude.

O documento, que revela níveis significativos de fraude na aplicação a este programa da administração de Joe Biden, indica que para cubanos, haitianos e nicaraguenses havia sido suspenso desde 18 de julho de 2024, enquanto que para os venezuelanos a suspensão estava determinada desde o dia 6 do próprio mês.

Entre os fraudes mais comuns, as autoridades detectaram o uso de números de seguro social de pessoas falecidas; endereços incorretos (de armazéns e negócios) para evitar fornecer o endereço de domicílio onde morariam os beneficiários do programa; uso de dados de patrocinadores sem a autorização da pessoa.

O advogado de imigração José Guerrero disse em uma entrevista que se o parole de um beneficiário estiver relacionado a uma fraude, ele perderá seu processo. Aqueles que pediram ajuda para preencher um formulário ou pagaram por isso devem ter os dados de contato da pessoa que iniciou esse trâmite e documentar com imagens cada passo, para demonstrar que não estiveram envolvidos na fraude.

O advogado precisou que as penas podem ser de até 10 anos de prisão no caso de se demonstrar que uma pessoa cometeu fraude com o programa.

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