Alberto Reyes: "Nem ditaduras nem tiranias serão capazes de promover a vida, a liberdade e a felicidade dos povos"

El Padre Reyes denunciou a incoerência de Fidel Castro, que em sua juventude condenava as ditaduras e defendia o direito de lutar contra elas, e o que ele fez uma vez que chegou ao poder.

Sacerdote cubano Alberto Reyes © Facebook
Sacerdote cubano Alberto ReyesFoto © Facebook

O sacerdote cubano Alberto Reyes, da diocese de Camagüey, compartilhou nas redes sociais uma de suas habituais reflexões sobre o intenso deterioro em que está mergulhada Cuba e o fez, paradoxalmente, valendo-se de ideias expostas por Fidel Castro em "A história me absolverá", que hoje retratariam a tirania e apontariam um caminho para o povo cubano.

"Fidel se apoia em múltiplos autores que condenaram as ditaduras e as tiranias e que defendem o direito de lutar contra elas. Já vimos alguns desses autores, mas ele se apoia em muitos outros", disse Reyes em seu muro do Facebook.

El Padre Reyes, um forte crítico do regime castrista, aponta a incoerência entre as ideias que um diadefendeu Fidel e o que ele fez uma vez que chegou ao poder.

Quando era um jovem revolucionário, ele "se vendia" como um seguidor de figuras proeminentes da filosofia, da literatura e da religião, que validavam o direito dos povos oprimidos a se livrarem dos maus governantes. Finalmente, ele mesmo se tornou um ditador que instaurou uma cruel tirania em seu país.

A seguir, CiberCuba compartilha o texto integral da publicação:

"Tenho estado pensando… (LXXIX) por Alberto Reyes Pías"

Tenho pensado na necessidade da coerência entre o falar e o fazer II

Em 'A história me absolverá', Fidel se baseia em múltiplos autores que condenaram as ditaduras e as tiranias e que defendem o direito de lutar contra elas. Já vimos alguns desses autores, mas ele se apoia em muitos outros.

Cita a Martín Lutero, que 'proclamou que quando um governo degenera em tirano, violando as leis, os súditos ficam liberados do dever de obediência'. E Melanchton, discípulo de Lutero, 'sustenta o direito de resistência quando os governos se tornam tiranos'.

Fala sobre o texto 'Vindiciae contra tyrannos', onde 'se proclama abertamente que é legítima a resistência aos governos quando oprimem o povo'.

Menciona a Juan Milton, que em 1649 escreve que "o poder político reside no povo, que pode nomear e destituir reis, e tem o direito de separar os tiranos".

Cita a Juan Locke, que diz que 'quando se violam os direitos naturais do homem, o povo tem o direito e o dever de suprimir ou mudar o governo'.

Critica Jonathan Boucher e o chama de 'reacionário' porque ele afirma que 'o direito à revolução é uma doutrina condenável, derivada de Lúcifer, o pai das rebeliões'.

Por outro lado, elogia a Declaração de Independência dos Estados Unidos porque 'consagrou este direito' - o direito de se rebelar - em um 'belo parágrafo' que diz: 'Consideramos como verdades evidentes que todos os homens nascem iguais; que seu Criador concedeu a todos certos direitos inalienáveis, entre os quais estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade; (…) que sempre que uma forma de governo tende a destruir esses fins, o povo tem o direito de reformá-lo ou abolí-lo, e instituir um novo governo que se funda nesses princípios e organize seus poderes da forma que, a seu juízo, garanta melhor sua segurança e felicidade'.

E acrescenta a seguir que 'a famosa Declaração Francesa dos Direitos do Homem legou às gerações futuras este princípio: 'Quando o governo viola os direitos do povo, a insurreição é para este o mais sagrado dos direitos e o mais imperioso dos deveres'.

Assim, Fidel condena com firmeza tanto as ditaduras quanto as tiranias. E o que é uma ditadura? O que é uma tirania?

Diz o dicionário que a ditadura 'é a forma de governo que se concentra nas mãos de uma única pessoa ou de um grupo de pessoas afins a uma ideologia ou movimento, os quais possuem o poder absoluto e controlam os três poderes do estado: o legislativo, o executivo e o judicial'.

Diz o dicionário que uma tirania é 'uma forma de governo na qual o poder está concentrado em uma única pessoa ou grupo, e que é exercido de forma arbitrária e injusta, sem respeitar o direito dos cidadãos, e utilizando a força para se manter no poder'.

Sim, nem as ditaduras nem as tiranias serão capazes de promover a vida, a liberdade e a felicidade dos povos. Por isso, não há dúvida, Fidel defende com tanto ímpeto o fim de ambas, das ditaduras e das tiranias.

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