Nas últimas horas, surgiram novas imagens do acidente aéreo no Brasil que na tarde desta sexta-feira deixou 62 mortos após a queda de um ATR 72-500 biturboélice da companhia aérea Voepass nos arredores de São Paulo.
O voo decolou de Cascavel, no estado brasileiro do Paraná, com destino ao aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. No entanto, às 13h22, hora local (12h22 ET), perdeu-se o contato com a aeronave.
Segundo dados do Flightradar24, o avião começou a perder altitude rapidamente, descendo mais de 5.181 metros em apenas um minuto antes de colidir em uma área residencial da cidade de Vinhedo, perto de São Paulo.
As imagens do acidente, que rapidamente se espalharam pelas redes sociais, mostram o avião caindo em espiral enquanto vizinhos horrorizados observavam impotentes.
Posteriormente, pôde-se ver o fuselagem em chamas, consumido pelo fogo, deixando uma cena de desolação.
Os residentes da área onde ocorreu o acidente descreveram cenas de terror ao testemunhar a queda do avião. Uma testemunha, que estava almoçando em sua cozinha, gravou o momento em que a aeronave caiu sobre a casa de seu vizinho.
Os caminhos para a área afetada foram fechados, e as equipes de emergência continuam trabalhando no local.
Confusão inicial e confirmação de vítimas
Num primeiro momento, a companhia aérea Voepass teve dificuldades para confirmar o número exato de vítimas, revisando o número várias vezes. Finalmente, na manhã deste sábado, foi informado oficialmente que todas as 62 pessoas a bordo faleceram no acidente.
Entre as vítimas, foi identificada uma pessoa que não constava na lista de passageiros devido a um "problema técnico" relacionado com os procedimentos de check-in e controle de embarque, conforme explicou a companhia aérea em um comunicado.
Investigação em curso
Até o momento, desconhece-se a causa do acidente. Espera-se que as duas caixas-pretas da aeronave forneçam informações cruciais sobre o sinistro.
Eduardo Busch, conselheiro delegado da Voepass, afirmou em uma coletiva de imprensa que a tripulação do avião estava devidamente qualificada e que não havia sido registrada nenhuma emergência antes do acidente.
"Toda a tripulação era competente", afirmou Busch, que acrescentou que estão à espera de acessar as comunicações entre o piloto e a torre de controle para ter uma compreensão mais completa do que ocorreu.
A companhia também se comprometeu a colaborar estreitamente com as autoridades durante o processo de investigação.
Por sua parte, o brigadeiro Marcelo Moreno, que lidera a agência brasileira de acidentes aéreos CENIPA, declarou que não havia sido relatada nenhuma emergência da aeronave antes do sinistro.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, expressou seu profundo pesar pela tragédia, pedindo um minuto de silêncio em homenagem às vítimas e decretando três dias de luto nacional.
A Voepass, a companhia aérea responsável pelo voo, mobilizou equipes de apoio para as famílias das vítimas, oferecendo alojamento e assistência psicológica.
Em relação à identificação das vítimas, equipes médicas foram mobilizadas que trabalham na área do acidente. Muitas das vítimas sofreram queimaduras tão graves que sua identificação visual tem sido impossível, por isso foi solicitado às famílias que fornecessem documentação médica como radiografias e registros dentários para ajudar no processo.
Um giro do destino: Passageiros que se salvaram por não embarcarem no avião.
De maneira quase miraculosa, algumas pessoas que deveriam embarcar no voo fatídico salvaram suas vidas devido a um erro de localização na porta de embarque.
Pelo menos 10 pessoas estavam esperando na porta errada e perderam o voo. Um dos passageiros relatou ao canal Globo que discutiu com o pessoal do aeroporto, suplicando para que o deixassem embarcar, mas foi negado.
"Me disseram: senhor, você não vai embarcar neste avião porque já ultrapassamos o limite de embarque... Graças a Deus, não embarcamos naquele avião", contou o homem, visivelmente comovido ao saber do acidente.
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