O presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo, afirmou que seu governo não reconhece Nicolás Maduro como presidente eleito da Venezuela, ao mesmo tempo em que questionou a transparência dos resultados apresentados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) desse país sul-americano.
Durante uma conferência de imprensa na segunda-feira, Arévalo expressou que os resultados das eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela não cumprem com os "critérios mínimos de transparência que exige uma democracia moderna".
A decisão da Guatemala de não reconhecer a vitória do chavismo alinha-se com a postura de países como Equador, Costa Rica, Argentina, Uruguai e Panamá, que consideram o candidato opositor Edmundo González como vencedor das eleições com base na contagem das atas publicadas pela oposição.
Arévalo condenou energicamente a repressão e violência desencadeadas pelo governo venezuelano contra seu próprio povo, que resultaram em mais de uma dezena de mortes, segundo o Foro Penal, e cerca de 2.000 prisões, de acordo com as autoridades venezuelanas.
"Meu Governo condena de forma categorica a repressão e a violência que o Governo da Venezuela desencadeou contra seu próprio povo", afirmou o mandatário guatemalteco.
Ao se referir às protestas massivas contra o resultado oficial das eleições, disse que nenhum governo pode ser considerado legítimo se permanecer no poder por meio da violência contra sua população.
O presidente guatemalteco também informou que mantém uma comunicação constante com líderes regionais para buscar uma solução pacífica para a crise na nação petrolífera.
"Estou em contato contínuo com líderes da região para discutir soluções na direção de uma saída democrática para a crise na Venezuela", sublinhou.
O CNE da Venezuela concedeu a vitória a Maduro com 51,95% dos votos, frente a 43,18% de González, segundo o último balanço publicado na sexta-feira. No entanto, a Plataforma Unitária Democrática (PUD) divulgou os "81% das atas eleitorais" que, segundo eles, mostram que González ganhou por uma ampla margem de 30 pontos percentuais.
A Guatemala já tinha indicado em 2 de agosto que não reconhecia os resultados oficiais das eleições. As relações diplomáticas com o governo de Maduro estão suspensas desde 2020, quando os dois países decidiram fechar suas representações diplomáticas.
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